A Administração Regional de Saúde do Centro (ARS Centro), emitiu no dia 23 de junho uma orientação dirigida aos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) relativa ao Plano de Prevenção e Controle de Infeção, bem intencionada, mas que não tem em conta a realidade concreta com que se confrontam as diferentes unidades funcionais dos Centros de Saúde.
Em tempos de pandemia (e não só), todos os esforços foram e estão a ser garantidos pelos profissionais de saúde.
No entanto, muitas unidades funcionais dos Centros de Saúde da ARS Centro continuam a ser confrontadas com uma manifesta e inequívoca insuficiente dotação de assistentes operacionais com direta repercussão na deficiente higienização e desinfeção de instalações e equipamentos, agravada em tempos de pandemia e com repercussões altamente negativas para todos – profissionais e utentes.
A recolha de resíduos hospitalares não está a ser realizada de forma adequada em algumas unidades, acumulando-se por vários dias e sem o melhor e devido acondicionamento.
Este imprescindível trabalho é efetuado por trabalhadores sem qualquer qualificação para o efeito, não por culpa dos próprios, mas da ARS Centro, porquanto são contratados através de empresas de subcontratação.
A agravar a falta de recursos humanos, acresce a também inequívoca falta de material como por exemplo:
• Contentores de cortoperfurantes, luvas de nitrilo, sondas vesicais e materiais de pensos; baldes de contaminados e baldes para reciclagem;
• Falta de esfigmomanómetros (avaliação de tensão arterial), balanças, craveiras, o que obriga os profissionais a partilharem os seus próprios aparelhos e a entrarem e saírem dos gabinetes sistematicamente, o que é contraproducente em época de pandemia.
• Centros de Saúde com outros problemas desde há muito, com janelas, estores e portas avariadas, que geram riscos, mas que são necessárias, porque fazem parte dos circuitos de emergência e do Covid-19.
• Inexistência de fardas, porque a ARS Centro não fornece e que têm que ser compradas pelos profissionais.
• A dificuldade na gestão da frota automóvel pela sua brutal insuficiência, o que prejudica a assistência domiciliária.
• Na utilização de táxi para as Visitas Domiciliárias, não se observa a devida higienização do mesmo.
Nota enviada aos media a 16 de julho de 2020