Greve nacional: 24 e 25 setembro

Cerca de uma centena de enfermeiros concentraram-se esta manhã em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, numa manifestação para exigir a valorização da carreira e melhores condições de trabalho e salariais.

José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, classifica como “acordo vergonhoso” as negociações que têm acontecido entre o Ministério da Saúde e alguns dos sindicatos dos enfermeiros. O responsável sindical acusa o Governo de estar a usar uma “dívida” de 2018 para efetuar uma valorização “insuficiente” dos salários destes profissionais de Saúde

"Os enfermeiros são obrigados a recorrer a estás lutas, para verem da parte do Governo, alguma vontade negocial que não tem tido até agora."

Os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde iniciam esta terça-feira dois dias de greve pela valorização da grelha salarial e por mecanismos que compensem o risco e penosidade inerentes à profissão, numa paralisação que coincide com outra dos médicos.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses garante que a adesão à greve em curso até quarta-feira se situa nos 70 por cento.

O número foi adiantado por José Carlos Martins, presidente do sindicato, no programa Antena Aberta, da rádio pública.

José Carlos Martins critica o acordo que foi assinado com outros sindicatos e exige novas negociações com o Ministério da Saúde.

Há muitas unidades de saúde da região de Setúbal que estão a ser fortemente afetadas pela greve. A área cirúrgica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, aderiu a 100%.

Sindicato dos Enfermeiros afirma que há hospitais com níveis de adesão muito elevados, como em Abrantes (91%), Hospital Egas Moniz, em Lisboa, (73%) ou Hospital da Póvoa do Varzim (79%).

Os dados são do Sindicato dos Enfermeiros, que mesmo tendo uma reunião agendada com o Governo Regional aderiu à paralisação, que é nacional.

O representante deste Sindicato nos Açores admite que a confusão instalada, depois da Ministra da Saúde ter anunciado ontem um entendimento, poderá explicar a adesão de 50% registada neste primeiro dia.

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses refere que o Governo está a usar o dinheiro dos retroativos não pagos entre 2018 e 2022 para uma valorização salarial insuficiente.