
Para assinalar esta data, a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens - CIMH/CGTP-IN, desenvolve uma campanha no âmbito do Semestre da Igualdade, que no SEP se concretiza através de debates/tertúlias acerca desta problemática.
O objetivo central desta campanha é alertar os trabalhadores/as para o problema das doenças profissionais, que permanecem “invisíveis” aos olhos da generalidade da sociedade e juntos, encontrar soluções.
As mulheres trabalhadoras são as mais afetadas, em particular, por lesões músculo-esqueléticas. Em março de 2019 existiam 14 914 mulheres a receberem prestações por doença profissional, segundo informações da Segurança Social e do DPRP – Departamento de Proteção Contra Riscos Profissionais. Os 5 distritos onde esse número é mais elevado são: Porto – 21,54%, Setúbal – 18,79%, Aveiro – 17,79%, Lisboa – 13,56% e Leiria – 9,69%.
As lesões músculo-esqueléticas, relacionadas com o trabalho, têm vindo a aumentar com a globalização com o uso de novas tecnologias e com os novos processos produtivos, voltados para a produção em massa, para o “ fazer mais com menos”, tornando os ritmos e horários de trabalho incomportáveis e doentios.
A profissão de enfermagem, em que cerca de 80% são mulheres, tem especial risco e penosidade, com particular incidência nas lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, ao que acrescem fatores de risco específico do contexto de prestação e ainda o contacto permanente com a doença, sofrimento e morte. Este é portanto um problema, que conhecemos com demasiada intimidade.
É necessário e urgente um investimento na prevenção do risco, necessária à promoção da segurança e saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras, desde logo com a dotação adequada de profissionais e o respeito pelo horário de trabalho de 35 horas semanais, garantindo o direito elementar ao descanso.