A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS reuniu, a 18 de fevereiro, com o Grupo Municipal de Lisboa do Partido Ecologista Os Verdes onde se abordou a questão dos obstáculos do SNS e os problemas dos utentes.
Não há espaço para mais falhas no combate à pandemia.
Esta reunião teve como intuito a análise conjunta sobre os principais problemas e preocupações, em tempos de pandemia, na capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na cidade e Área Metropolitana de Lisboa.
A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS realça o largo consenso obtido, com especial destaque, para o imperativo do Governo reforçar o investimento no SNS que permita continuar a dar resposta à pandemia e garantir a recuperação rápida das atividades canceladas ou reduzidas para acompanhar os doentes não Covid e promover a medicina preventiva.
Foi lembrado que a capacidade do SNS, nesta época de crise epidemiológica, teria sido melhor e com menor pressão dos profissionais de saúde se:
- não tivessem sido encerradas milhares de camas ou unidades hospitalares, como o Hospital do Barro;
- não tivesse sido destruída parte significativa dos serviços do Hospital Pulido Valente;
- não houvesse algumas dezenas de centros de saúde instalados em edifícios precários;
- não tivesse sido negligenciada a importância de implantar uma rede de cuidados continuados pública;
- não tivesse havido desrespeito sistemático, pelos profissionais de saúde, com a desvalorização das suas carreiras, salários e condições de trabalho que faz com que muitos saiam do SNS.
Foi ainda referido que nas políticas e medidas a tomar é necessário dar atenção para o facto da maioria dos trabalhadores do SNS serem mulheres, tendo os seus problemas específicos, e também que Lisboa é uma cidade envelhecida, tendo esta camada da população maior vulnerabilidade, maior iliteracia na saúde, em que inclusivamente vários estudos apontam para terem aumentado as desigualdades no acesso à saúde.
Assim a Plataforma Lisboa em Defesa do SNS e o Grupo Municipal de Lisboa do Partido Ecologista Os Verdes comprometeram-se, no âmbito da sua intervenção, a levantar estas questões, exigindo a sua solução, através do reforço SNS, com a entrada de mais profissionais com vínculo permanente e com as seguintes reivindicações específicas, junto do Governo e da Câmara Municipal de Lisboa:
- disponibilização de verbas para investir na recuperação física dos Hospitais mais antigos, com destaque para o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central e de equipamentos;
- aceleração da implantação das novas instalações previstas para as unidades dos Centros de Saúde que ocupam edifícios sem condições;
- reforço do acompanhamento da população que foi infetada pela Covid-19 e que ficou com diversas patologias;
- aquisição de outras vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde e não apenas as contratualizadas pela União Europeia;
- programas que permitam acompanhar a situação precária dos lares, incluindo os ilegais e também dos idosos em casa;
- reforço de verbas para os cuidados de saúde primários, para que todos os utentes tenham médico e enfermeiro de família, para aumentar a resposta a todos os níveis de promoção da saúde e prevenção da doença.
Por um SNS universal, geral e gratuito para servir a população de Lisboa.