A 20 de maio, os trabalhadores da Administração Pública estarão em luta. As razões são conhecidas.
As diferentes formas de luta convocadas para este dia, desde greves a manifestações, culminarão com uma concentração frente ao Palácio da Ajuda, pelas 15 horas, onde reunirá o Conselho de Ministros.
Estamos fartos do silêncio do governo sobre as nossas propostas, a sua opção por não dar resposta aos problemas dos trabalhadores e a insistência em anunciar e implementar medidas que os agravam!
Os aplausos aos trabalhadores da Administração Pública, que se desdobraram durante a pandemia, estão longe de responder à exigida valorização do seu trabalho!
Agora, como sempre, estamos na linha da frente da resposta às necessidades das populações, em todas as áreas de intervenção do Estado e, por isso mesmo, exigimos respeito e soluções para os problemas!
É urgente aumentar os salários
Há mais de 10 anos que não temos aumentos de salários dignos. Os aumentos do salário mínimo mantêm muitos milhares de trabalhadores (mais de 100 000), que desempenham funções específicas e essenciais ao país, a viver com enorme dificuldade.
Exigimos aumentos dignos para todos. A proposta de 90€ de aumento para todos e a criação nas carreiras do regime geral de um índice 100 correspondente a 850€ representará a exigida mudança de política salarial para os trabalhadores da Administração Pública, também para os enfermeiros!
Dignificar e valorizar as carreiras é garantir qualidade!
A destruição de mais de 1400 carreiras profissionais (em 2008) atirou milhares de trabalhadores para 3 Carreiras Gerais, tornando regra a polivalência e desrespeitando os conteúdos funcionais.
Para além destas, também as Carreiras Especiais e Específicas mantêm-se estagnadas apesar dos processos de revisão que se verificaram.
A Carreira de Enfermagem é uma delas! Não esquecemos o compromisso de “honra” do primeiro-ministro de valorizar a nossa carreira. O resultado foi a manutenção dos valores e dos índices remuneratórios e a criação de uma categoria de especialista de igual valor à do generalista e a imposição de quotas para lhe aceder.
Este não é o caminho do progresso que exigimos. Melhorar os serviços da Administração Pública dando-lhes a qualidade que todos exigimos, impõe a existência de carreiras dignas e valorizadas!
Por um sistema de avaliação justo!
Relevante no biénio 2019-2020! Revogar o SIADAP!
Recusamos a operação cosmética que o governo pretende fazer ao atual sistema de avaliação (SIADAP).
Responsável pela estagnação salarial de mais de 75% dos trabalhadores o sistema de avaliação não contribui em nada para a melhoria dos serviços prestados às populações, nem para a tão propalada capacitação dos trabalhadores.
Exigimos ser avaliados por um Sistema que promova a formação, seja equitativo, justo, livre de quotas e garanta o desenvolvimento profissional nas carreiras!
Exigimos a atribuição do RELEVANTE no biénio 2019-2020!
Justiça salarial!
Não é possível continuar o caminho de desvalorização da experiência profissional! A correção da Tabela Remuneratória Única, não só é urgente como é um imperativo da mais elementar justiça.
A diferença relativa, tanto entre carreiras de complexidade diferente, como entre diferentes níveis de experiência profissional, tem que ser respeitada!
É inaceitável que as categorias de enfermeiro e de enfermeiro especialista não tenham sido valorizadas e que as posições remuneratórias sejam coincidentes.
Exigimos a correção da TRU!
O que defendemos para a Administração Pública assenta na melhoria dos serviços públicos!
O governo, subserviente aos ditames da União Europeia, insiste em propostas que visam a fragilização das relações de trabalho na Administração Pública e, com ela, a fragilização dos serviços públicos!
Tanto no Programa de Recuperação e Resiliência, como no Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, constatamos que para o governo não é prioritário a aposta na qualidade dos serviços públicos e a valorização dos seus trabalhadores!
Sem o investimento adequado os serviços públicos continuarão a degradar-se e a colocar em causa as funções socais do Estado!
Rejeitamos este caminho. Exigimos, politicas que valorizem os trabalhadores!