25 Março, 2021
Fartos de retórica: vigília de Coimbra
Cerca de meia centena de dirigentes e delegados estiveram, em representação dos enfermeiros da região Centro, na vigília em frente ao Hospital da Universidade de Coimbra. Foi possível ouvir os testemunhos de vários enfermeiros sobre problemas concretos.

 

Alfredo Gomes relatou a inaceitável situação de precariedade dos enfermeiros contratados para a Unidade de Saúde Pública assim como a não integração de enfermeiros nomeados em funções de chefia na Direção de Enfermagem, tudo isto no ACES Dão Lafões.

Rui Marroni referiu a inaceitável alteração unilateral dos horários de trabalho que a administração do Centro Hospitalar de Leiria protagonizou e reiterou a exigência dos turnos de 8 horas e de ser contemplado 30 minutos para a passagem de turno.

Tiago Coelho relatou as dificuldades com que os jovens enfermeiros estão confrontados e a forma como a degradação das condições de trabalho e a situação precária em que muitos se encontram os impedem de concretizar projetos pessoais e profissionais.

Cátia Batista, com contrato de 4 meses e a exercer funções no Hospital dos Covões, exaltou também todas as sentidas consequências negativas da precariedade. Fazendo precisamente um ano de reabertura do funcionamento noturno da Urgência deste hospital, o SEP vincou a imprescindibilidade desta se manter aberta 24h/dia e de se investir no hospital, tanto mais que foi de uma importância decisiva no combate à pandemia.

Paulo Anacleto expressou a indignação que perpassa por centenas de enfermeiros do CHUC pelo facto de serem alvo de claras injustiças relativas. Uns, por terem sido promovidos a categorias superiores mediante concursos abertos entre 2004 e 2009, e outros, por terem “tido o escalão da formação em serviço”. Exaltou ainda a inadmissível não contagem de pontos, imposta pelo Governo, quer aos enfermeiros com CIT, que aos enfermeiros que sofreram o ajustamento salarial nos €1201,48 e que aconteceu de forma faseada em 2011, 2012 e 2013.

Finalmente, a Teresa Gonçalves reiterou que os critérios para aposentação dos enfermeiros têm que ser alterados. É inaceitável não se olhar para esta problemática com a especificidade que a profissão tem. Anos e anos de trabalho com carência de enfermeiros e, consequentemente, com sobrecarga de trabalho, turnos, impedimento do gozo dos descansos, etc., faz dos enfermeiros uma população com risco extremo de não atingirem os 65 anos e os anos posteriores com a mínima qualidade de vida.