15 Novembro, 2019
Crónica de José Carlos Martins: Vida (penosa) do enfermeiro
A penosidade está relacionada com as situações com as quais lidamos diariamente

 

O risco da atividade de enfermagem está relacionado com exposições acidentais a agressões físicas, químicas ou biológicas, com várias consequências: quedas, entaladelas, picadas, cortes, queimaduras, radiações, acidentes de viação, contacto com vírus e outros microrganismos.

A penosidade de que falo está relacionada com as situações com as quais lidamos e que comportam uma carga psicológica perturbadora, gerando desconforto e alteração dos ritmos biológicos.

É, por isso, exigido aos enfermeiros, um esforço físico, psicológico, social, espiritual permanente e suplementar.

São disto exemplo o contacto com a dor, o sofrimento, a morte e daí acrescer a elevada responsabilidade, o medo de errar perante as consequências na vida dos outros. E sim, há ainda o desgastante trabalho por turnos.

Sendo estas condições impossíveis de eliminar, o valor económico do trabalho dos enfermeiros não pode ter por referência exclusiva outras profissões “de igual habilitação”. Neste cenário, a sua “vida profissional ativa” tem que ser mais curta (implicando uma aposentação antecipada).

Num novo ano prestes a chegar, estamos preparados para “velhas lutas” em torno das mesmas e válidas reivindicações.

 

CORREIO DA SAÚDE
Artigo de José Carlos Martins, Presidente do SEP
Publicado no Correio da Manhã 15-11-2019