Há meses que os doentes são operados no Bloco Central do Hospital de Vila Nova de Gaia em condições de extrema precariedade.
Esta situação já mereceu, inclusivamente, uma tomada de posição por parte de alguns enfermeiros que exercem funções naquela unidade, na forma de comunicação e pedido de intervenção, junto da Seção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, que certamente por lapso quando se deslocou àquela unidade hospitalar, visitou o novíssimo Bloco Operatório da Cirurgia Cardiotorácica.
A precariedade das instalações, à partida provisórias, tem determinado a convivência de doentes a serem intervencionados e respectivas equipas de profissionais com os trabalhadores da construção civil, em muitas situações apenas separados por um biombo.
Esta situação, cuja responsabilidade não pode ser imputada a qualquer dos grupos de trabalhadores acima referidos, tem tido outras consequências:
- Inundações nas salas operatórias,
- Intervenções com portas abertas para tentar diminuir as altas temperaturas registadas (28, 29 graus centígrados) por falta de ar condicionado. Os Blocos Operatórios devem ser, por excelência, espaços esterilizados e fechados.
- A unidade de recobro é fora do bloco operatório o que determina a sistemática saída dos enfermeiros do bloco potenciando os riscos de contaminação,
- Material amontoado nos corredores por onde passam doentes e profissionais,
- Ruído acima do permitido e de forma constante que aumenta os riscos para os profissionais e, naturalmente, incomoda os doentes no pós‐operatório imediato,
- Buracos no chão, canos pendurados, etc., etc., etc..
É inadmissível que profissionais se vejam na contingência de trabalharem nestas condições de 3º mundo.
É inadmissível que os doentes sejam intervencionados nestas condições ficando sujeitos a níveis de exposição bastante superiores àqueles que, numa situação normal aconteceria.
É inadmissível que o Conselho de Administração não coloque a segurança dos doentes e dos profissionais acima de qualquer outro objectivo.
O SEP congratula os enfermeiros que já comunicaram esta situação à Ordem dos Enfermeiros até porque a isso estão obrigados decorrentes do Código Deontológico e, tendo em conta a visita “frustrada” já efectuada por aquela Organização, enviará à Bastonária da Ordem um pedido de intervenção.
Esta matéria será abordada na reunião prevista para agosto, entre o SEP e o Conselho de Administração do Hospital.