6 Março, 2023
Semana da Igualdade: Queremos ir mais longe nos direitos dos/as enfermeiros/as

 

A Comissão Para a Igualdade entre Mulheres e Homens – CIMH/CGTP-IN vai assinalar os 10 anos da Semana da Igualdade, entre 6 e 10 de março, em todo o país, sob o lema "Salários a aumentar, para a vida mudar e a igualdade avançar!", que inclui o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora (8 de março).

 

Vale a pena falar das coisas novas e mais antigas. Vale a pena lembrar que a discriminação entre homens e mulheres existe e até se agravou nos últimos tempos.

Senão, vejamos que as mulheres em Portugal:

  • Trabalham muito e recebem pouco;
  • Têm elevadas qualificações e são discriminadas nas retribuições;
  • Cuidam das crianças e dos idosos e são prejudicadas nos direitos e na valorização profissional;
  • São empurradas para a pobreza com a precariedade e com os baixos salários, prestações sociais e pensões de reforma.
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Um dia de todas as lutas, uma luta de todos os dias

O 8 de março – Dia Internacional da Mulher – transformou-se numa jornada mundial. Um símbolo de luta das mulheres pela igualdade, contra todas as formas de opressão, discriminação e exploração, pelos seus direitos específicos e pela paz.

Por isso, é útil e necessário marcar o este dia e a Semana da Igualdade com questões específicas e direcionadas para esta realidade que queremos combater.

 

Alguns dados que caracterizam a nossa profissão em Portugal:

– Cerca de 80% dos profissionais de enfermagem são mulheres;

– Destas, perto de 80% estão em idade de exercer direitos de parentalidade;

– A maior parte da atividade de enfermagem é prestada em trabalho por turnos;

– Nos serviços/unidades falta cerca de 50% do número de enfermeiros/as para respeitar as Dotações Seguras e permitir o exercício de direitos.

Este contexto cria uma conjuntura propícia a uma maior dificuldade no acompanhamento das suas famílias por parte dos enfermeiros/as, no desenvolvimento da sua vida social, no respeito dos seus direitos.

Atualmente, assistimos mesmo a Direções de instituições públicas a defender junto da CITE que no setor da Saúde não deve haver lugar ao acompanhamento dos filhos como noutras áreas (caso do horário flexível, do horário de amamentação, etc.). Uma visão retrógrada e um convite ao abandono da profissão!

É inaceitável e uma prova da incapacidade destes gestores.

 

Os enfermeiros, homens e mulheres, têm os mesmos direitos que os outros trabalhadores

Cabe às instituições garantir que estão reunidas as condições necessárias para que isso seja garantido.

Não aceitamos o retrocesso de direitos, retrocesso social, regredir para uma sociedade em que as famílias vivem para servir o trabalho e em que não trabalham para viver com dignidade.

É responsabilidade das instituições assegurar que os seus trabalhadores, homens e mulheres, sem exceção, têm condições para exercer os seus direitos (de descanso, de gozo de feriados, de acompanhamento dos seus familiares, etc.).
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Queremos ir mais longe nos direitos!

Queremos uma profissão atrativa no respeito pelo Risco e Penosidade que lhe são inerentes.

Garantir que temos condições de trabalho, valorização e respeito pelos direitos conquistados!