Paulo Macedo tem discurso contraditório sobre a problemática da Saúde 24. Discurso do Ministro da Saúde na Assembleia da República é contraditório com o momento que os enfermeiros experienciam na Saúde 24.
Não atribuição de turnos a 106 enfermeiros configura “despedimento” encapotado!
Ontem, na Assembleia da República, o Ministro da Saúde afirmou que a característica da Linha de Saúde 24 é um serviço de extrema importância para os portugueses, que deve ser reforçada nomeadamente através de consultas de enfermagem via novas tecnologias de informação e, de acordo com informações da entidade gestora, existe o propósito de aumentar o domínio de intervenção da Linha para a gestão da doença crónica.
Afirmou, ainda, o Ministro, que tendo em conta a especificidade daquele serviço, os enfermeiros deverão, preferencialmente, exercer funções na Linha de Saúde 24 através de uma “acumulação de funções” garantindo, desta forma, a manutenção e aquisição de mais competências, só possível com a continuada prestação de cuidados aos doentes/utentes.
Neste contexto, o SEP estranha que a entidade gestora da Linha de Cuidados de Saúde 24 tenha cessado contrato com 16 enfermeiros e não tenha atribuído turnos a 56 em Lisboa e cerca de 50 no Porto o que, para todos os efeitos configura um “despedimento” encapotado.
Esta situação é tanto mais estranha tendo em conta que, como é do domínio público, a Direção Geral de Saúde tem vindo a alertar para o pico da gripe que estamos a viver e que tem “entupido” as urgências hospitalares.
Mais grave, se tivermos em conta, que o tempo médio de espera dos utentes da Linha terá tendência para aumentar e muitas serão, eventualmente, as chamadas perdidas.
O SEP responsabiliza, em ultima análise, o Ministério da Saúde que tendo 28 milhões de euros disponíveis para este serviço, vendeu-o por 11 milhões a um operador privado que agora impõem a diminuição do valor hora do trabalho dos enfermeiros.