25 Novembro, 2016
Em 9 meses de 2016, saíram das instituições mais de 1600 enfermeiros. Este continua a ser um problema que o governo prefere ignorar.


Entre 1 de janeiro e 30 de setembro, o Ministério da Saúde despachou favoravelmente 2555 propostas de contratação de enfermeiros.

De acordo com os dados constantes no Portal do SNS, neste mesmo período de tempo, o saldo efetivo é de mais 603 enfermeiros a exercer funções.

‘Dando de barato’ que o despacho de 300 ‘autorizações de contratação’ não se traduziu em efetiva contratação de enfermeiros até 30 de setembro, poder-se-á afirmar com segurança que, entre 1 de janeiro e 30 de setembro, as Instituições contrataram efetivamente 2225 enfermeiros.

O governo conhece o problema, mas continua a ignorá-lo.

Então, se as Instituições contrataram 2225 novos enfermeiros, mas se o saldo efetivo é de apenas mais 603 enfermeiros a exercer funções, significa que, em 9 meses de 2016, saíram das instituições mais de 1600 enfermeiros. Acresce que entraram 2225 jovens profissionais que necessitam de ‘integração’ nos Serviços e saíram mais de 1600 enfermeiros com vários anos de trabalho nos mais diversos Serviços. A natureza do problema é conhecida. Se os ministérios da Saúde e das Finanças e Governo persistirem em ‘não atacar’ as causas, a gestão dos enfermeiros no SNS, mais do que uma ‘gestão de mercearia’, estará transformada numa verdadeira ‘gestão de loucos’.

 

CORREIO DA SAÚDE
Artigo de José Carlos Martins, Presidente do SEP
Publicado no Correio da Manhã de 24-11-2016