7 Março, 2022
Um dia de luta, na luta diária das mulheres pela dignificação do valor que produzem.

 

Há 112 anos foi proposto por Clara Zetkin que esta data servisse para exaltar a luta organizada das mulheres trabalhadoras contra a exploração e a guerra, por melhores salários e horários de trabalho.

Inadmissivelmente, apesar do aprofundamento do papel da mulher trabalhadora na sociedade e na economia, continuamos a constatar que são elas as mais prejudicadas quando se trata de distribuir a riqueza produzida. Os salários mais baixos, comparativamente aos homens, e para as mesmas funções é o exemplo mais deplorável desta realidade.

É irónico quando os governantes propagandeiam “agendas de trabalho digno” e, perante um problema de décadas, continuem a mostrar-se incapazes para tomar medidas que garantam salários iguais para mulheres e homens.

Mais irónico é, quando tanto falam na conciliação da vida profissional com a pessoal, mas continuam a, por exemplo, desregular horários de trabalho e a privilegiar, ou a permitir, formas de trabalho precário.

As sucessivas alterações do Código do Trabalho onde se inclui a possibilidade dos empregadores denunciarem as convenções de trabalho, acordos de empresa, etc., ainda que se aplique a todos, homens e mulheres, todos sabemos que são estas ultimas que ficam numa situação de maior fragilidade e pobreza. Um ciclo vicioso que tem que ser quebrado para podermos sonhar com um país progressista e de progresso.

 

Testemunho de duas enfermeiras:

“Como enfermeira, no dia a dia lido com muitas situações de violência doméstica, em muito, relacionadas com a dependência económica. É urgente a mudança.” – Enf.ª Ilda Bernardo

 

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“Por todas as mulheres enfermeiras mães que sentem no seu dia a dia as dificuldades da profissão, assim como a conciliação com a sua vida pessoal e familiar. Que os direitos da parentalidade nunca sejam obstáculo à evolução profissional das mulheres na sua profissão.” – Enf.ª Claúdia Santos

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Neste dia em particular as vozes das mulheres unem-se e gritam mais alto por:

  • Justiça na distribuição da riqueza

  • Aumento dos salários e das pensões

  • Segurança, estabilidade e direitos no emprego

  • Semana de 35 horas sem redução salarial

  • Efetiva conciliação da vida profissional e pessoal

  • Uma escola pública de qualidade para garantir o desenvolvimento psíquico, motor, social e cultural dos mais jovens

  • Um SNS que responda, efetivamente, de forma geral às necessidades de toda a população

 

Porque conscientes dos vários papéis que desempenham na sociedade e porque todos eles são cruciais para o desenvolvimento e progresso da sociedade, as mulheres não deixarão de se fazer ouvir e continuarão a lutar, como as suas mães e avós fizeram e como seguramente, as suas filhas farão até conseguirmos que SEJAM VALORIZADAS e o SEU TRABALHO DIGNIFICADO.