Ministro da Saúde admite que há carência de enfermeiros.
Na interpelação que lhe foi feita assumiu que todos os pedidos fundamentados que lhe cheguem até ao final do ano terão despacho favorável.
Esta posição associada à informação confirmada que a ARS Norte já autorizou, desde 5 de dezembro, a prorrogação dos contratos dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Nordeste leva a que o SEP questione qual a razão de ainda não terem sido chamados os enfermeiros “despedidos”.
O caos que se vive no Centro Hospitalar do Nordeste é culpa de quem e a quem interessa? Certamente não aos profissionais e muito menos aos utentes.
O centro hospitalar tem uma dívida de 14.000 horas aos enfermeiros, ou seja de 1750 dias de trabalho. O não pagamento destes dias de trabalho, poderá determinar uma tomada de posição dos enfermeiros, no sentido de se indisponibilizarem, já a partir de janeiro, para qualquer trabalho para além do seu horário normal.
Os indicadores oficiais do Ministério da Saúde demonstram que no período entre janeiro e novembro deste ano, por exemplo, nos serviços de medicina Interna as horas de cuidados identificadas como necessárias (HCN) foram de 70.933 e as efetivamente prestadas (HCP ) foram de 38.847 o que determina a utilização de 195,28%/enfermeiro.
A gravidade que estes números materializam é justificação mais do suficiente para uma solução imediata que, de acordo com o Ministro e a ARS Norte, já é possível.