O Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal volta a interferir com o direito à greve dos enfermeiros.
Este Conselho de Administração tem tentado, reiteradamente, interferir e impedir o exercício do direito à greve dos enfermeiros. Concretamente, contestando os serviços mínimos das nossas últimas greves, alegando prejuízos que não são e nunca foram reais. Leva-nos a presumir que os reais motivos são o facto de conviver mal com o exercício de direitos e da democracia, em particular dos enfermeiros.
Decretámos greve de 1 dia, em apenas 2 turnos, para dar possibilidade aos enfermeiros de se manifestarem junto do Ministério da saúde, no dia 12 de maio, Dia Internacional do Enfermeiro. A greve é decretada com 10 dias úteis de antecedência para possibilitar que as situações urgentes possam ser reprogramadas e são assegurados mínimos para garantir que todas as situações urgentes são atendidas, e têm sido, sempre e responsavelmente, há décadas!
O Conselho de Administração nada fez para reprogramar, por exemplo, cirurgias mais urgentes. Pelo contrário, limitou-se, uma vez mais, a interferir com o dia de greve impedindo os enfermeiros de saírem da instituição, procurando que, num dia de greve, tudo se faça como num dia normal!
Defendemos o direito à greve dos enfermeiros, contudo, por via do tribunal arbitral o Conselho de Administração conseguiu impedir os enfermeiros de se manifestarem junto ao Ministério da Saúde.
Consideramos esta atitude, um ataque ao direito à greve e um atentado à liberdade destes profissionais, sem qualquer justificação, uma vez que em décadas de greve nada aconteceu que pudesse remotamente dar corpo às “preocupações” do Conselho de Administração. Repudiamos esta atitude, condenável e antidemocrática, constituindo uma afronta a todos os enfermeiros da instituição. Por este tipo de atitude, as populações podem perceber melhor como os gestores públicos destroem os serviços públicos e promovem a desmotivação e o abandono do SNS.