O iminente “despedimento” de cerca de 30 enfermeiros subcontratados no Centro Hospitalar do Oeste é um problema de todos e um efetivo desperdício.
A criação do Centro Hospitalar do Oeste sem qualquer estudo prévio conhecido, nomeadamente, em relação às respostas integradas face às necessidades em cuidados de saúde das populações, não pode ser descurada pelos autarcas da região do Oeste.
A título de exemplo, o Serviço de Medicina da Unidade das Caldas da Rainha, tem hoje que dar resposta às necessidades de mais 15.000 pessoas. E falar de Serviços de Medicina, significa no essencial, falar de dar as respostas necessárias no domínio da gestão da doença crónica, num contexto de uma população cada vez mais envelhecida.
Não obstante o aumento das necessidades destas respostas, o Conselho de Administração entende que “tem enfermeiros a mais” razão pela qual decidiu a não renovação dos contratos a cerca de 30 enfermeiros subcontratados, partir de 16 de janeiro, ainda que até à atualidade, estes enfermeiros tenham estado a fazer face a necessidades próprias dos serviços, de natureza permanente.
Também não é compreensível a afirmação do “temos enfermeiros a mais” quando continuam em divida mais de 3.000 dias de Folga aos enfermeiros; se mantém o recurso a trabalho extraordinário e, em alguns serviços, por falta de enfermeiros alocados à prestação de cuidados, são os enfermeiros gestores que se têm disponibilizado para essa prestação de cuidados.
Intolerável, é também o silêncio do Ministro da Saúde, que após ter assumido o compromisso de resolução das situações de subcontratação nos termos referidos, em 2011, continua a nada fazer! Mais intolerável, é ter assumido publicamente e em mesa negocial, que nenhum enfermeiro seria despedido mas, neste caso, mantém os “braços cruzados” e continua a nada fazer.
Os cuidados de saúde são um direito dos cidadãos! O SEP e os enfermeiros, sejam os que estão na iminência de serem “despedidos” ou os que decorrente desta opção do CA, irão ver agravadas as suas condições de trabalho – com aumento dos ritmos de trabalho, a desregulamentação dos horários, etc. – assim como os utentes, exigem que sejam tomadas decisões, que garantam as prestações com segurança, a acessibilidade e a qualidade dos cuidados.