11 Agosto, 2010
Redução do número de enfermeiros no departamento Materno-Infantil, decidido pela administração, coloca em causa as prestações de cuidados de enfermagem.

 

 

O Conselho de Administração do Hospital de São Teotónio, Viseu, reduziu o número de enfermeiros por turno nos serviços de Obstetrícia e Urgência Obstétrica e Ginecológica

Para o SEP, a administração tomou esta decisão sem ponderar as consequências para a qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem prestados às utentes e seus filhos.

Segundo o Conselho de Administração esta alteração é apenas uma reafectação e reajustamento dos recursos humanos que não coloca em causa a qualidade e segurança das prestações de cuidados. Afirma que a decisão foi ponderada ponderada e acordada em diálogo com as equipas de enfermagem e valorizada a casuística e movimento de utentes nos serviços em causa.

Segundo o SEP tal não corresponde de todo à realidade e apresenta fatos:

  • A medida foi tomada durante um período de férias que por si só determina menor disponibilidade de recursos humanos;
  • Da reafectação o que resultou foi a diminuição do número total de enfermeiros nos serviços e por turno;
  • Este ano, em comparação com igual período do ano anterior (primeiro semestre), apenas se realizaram menos 15 partos durante o ano em curso o que não justifica a redução do número de enfermeiros por turno com base na casuística;
  • A administração apenas contabiliza como movimento de utentes nestes serviços o número de partos, fazendo tábua rasa dos cuidados de enfermagem necessários e prestados nas situações de interrupções voluntárias da gravidez, patologias da gravidez, cesarianas electivas, falsos trabalhos de parto. Nem sequer os recém-nascidos contam como movimento assistencial para a estatística;
  • Não são consideradas as orientações cientificamente emanadas pela Ordem dos Enfermeiros sobre a dotação de enfermeiros por turno para os serviços em causa;
  • Os enfermeiros são privados do gozo de direitos consagrados em lei (no Serviço de Obstetrícia chegam a estar privados da pausa para a refeição uma vez que fazem turnos sozinhos).

 

O SEP pediu reunião de carácter urgente ao Conselho de Administração. “É preciso clarificar toda esta problemática” afirma fonte sindical “esperamos não estar perante um plano de contenção de despesas, levado ao extremo”.

“Exortamos os enfermeiros dos respetivos serviços a declinar no Conselho de Administração toda e qualquer responsabilidade decorrente da redução do número de enfermeiros”

SEP vai exigir a intervenção das entidades que tutelam superiormente a instituição.

 

Nota enviada à Comunicação Social em 11 de agosto de 2010