18 Outubro, 2023
Organização e funcionamento dos serviços na ULS da Guarda
Dotações colocam em causa a segurança do utente na Unidade Local de Saúde da Guarda.

Compreendemos que os utentes não possam permanecer no Serviço de Urgência em macas mais de 12 horas. É um risco elevado para alterações da integridade cutânea, não havendo dispositivos suficientes para posicionamentos eficazes, nem estrutura física adequada com utentes nos corredores sem rampas de vácuo que permitam, em situações de urgência, uma aspiração eficaz.

Analisando as dificuldades organizacionais agravadas pela ausência de médico de medicina interna às sextas-feiras, fins-de-semana e feriados, bem como aumento da lotação no setor A em mais quatro camas e oito no setor B, acreditamos que esta atual situação compromete a segurança dos cuidados de enfermagem e principalmente a segurança do utente.

Entendemos que a alocação de mais uma cama em cada quarto de isolamento do setor A traduz um risco para o utente e para os profissionais de saúde. A reduzida dimensão dos quartos não permite cumprir com os cuidados de saúde de forma correta e apropriados às necessidades dos utentes. Acarreta riscos adicionais nomeadamente o não cumprimento de distâncias aceitáveis a fim de diminuir os ricos de infeção (como ausência de cortinas e “barreiras físicas”), ausência de privacidade (acrescido com a necessidade de manter as visitas) e acima de tudo, a não capacidade de uma resposta conveniente e em segurança de cuidados emergentes / urgentes não sendo esta opção aceitável.

SIC | Hospital da Guarda – Dirigente Honorato Robalo

O facto de não existir reforço da equipa de enfermagem em condições anormais de trabalho poderá traduzir maior risco de aparecimento de úlceras por pressão e potenciais erros na medicação entre outros.

Assim, ao abrigo das disposições legais aplicáveis, exigimos:

  • Admissão de mais enfermeiros como caminho claro e objetivo para superação da elevada sobrecarga de trabalho;
  • Vinculação de todos os enfermeiros com vínculo laboral precário;
  • Condições de trabalho dignas que não ponham em risco os utentes e estes disponham de espaço confortável e acolhedor e respeite a sua privacidade e distancia entre os mesmos;
  • Pagamento efetivo de todo o trabalho extraordinário realizado e em divida;
  • Valorização económica de todos os enfermeiros já em sede de Orçamento de Estado 2024;
  • Requalificação do pavilhão 1 do Hospital Sousa Martins.