29 Junho, 2020
Algarve: quanto vale a palavra da presidente do CHUA?
Ana Paula Gonçalves está de saída do CHUA. Sai sem cumprir o compromisso escrito com centenas de enfermeiros que trabalham nos hospitais do Algarve, provocando uma discriminação entre pares. Continuaremos a exigir as justas soluções para os problemas dos enfermeiros junto da nova administração e tudo faremos para que a progressão não seja uma ilusão.

 

Esta saída, a acontecer, comprova uma disponibilidade para tratar de forma diferente os diferentes grupos profissionais. Para uns, mesmo sem compromissos assinados, mas fazendo jus à autonomia gestionária que detém, encontra soluções, tal como aconteceu na última vez em que assumiu estas funções. Para os enfermeiros, com fundamentação jurídica que sustenta a decisão que a levou a assinar actas de resolução dos problemas, prefere escudar-se nas orientações não fundamentadas do poder centralizado na João Crisóstomo e no Ministério das Finanças. Inaceitável!

Caso aconteça a sua saída a breve prazo, intoleravelmente, fá-lo sem reunir com o SEP, sem responder aos vários pedidos de reunião e contactos realizados por esta estrutura desde fevereiro.

Não aceitamos. Durante todo o seu mandato, o SEP, enquanto parceiro social, sempre esteve disponível para encontrar as melhores soluções para os vários problemas da instituição e, naturalmente, para garantir que os enfermeiros se motivassem a ficar no CHUA. São conhecidas as dificuldades de retenção de profissionais no CHUA e os valores elevados de absentismo que inclusivamente diminuiu no Hospital de Lagos, única unidade onde foi cumprido o compromisso assumido. Um exemplo de “boas práticas” que, por responsabilidade da administração, não se alargou às restantes unidades.

A forma como iludiu todos, antes das eleições, prejudicando centenas de enfermeiros no seu desenvolvimento salarial é inqualificável. Afinal, palavra dada não é palavra honrada!

Os enfermeiros têm o direito de se sentir “usados”, tanto mais que durante esta pandemia outros problemas foram criados ou ampliados, como por exemplo, a falta de saúde ocupacional/médico do trabalho, o não pagamento de trabalho extraordinário, o gozo de milhares de horas e dias em dívida, a surpreendente exigência de que quem ficou em reserva de contingência tenha que devolver agora essas horas, retroativos em dívida a especialistas e a não conclusão dos últimos 25% do descongelamento das carreiras, entre outras condições de trabalho que estão por resolver.

A não resposta aos pedidos de reunião demonstra que a administração não pretende fazer parte da solução e, como Pilatos, “lavar as mãos”!

Continuaremos a exigir as justas soluções para os problemas dos enfermeiros junto da nova administração e tudo faremos para que a progressão não seja uma ilusão.

Nota enviada aos media a 29 de junho 2020