1 Abril, 2021
Administração do CHUA retrocede na progressão
Centro Hospitalar Universitário Algarve retrocede na progressão dos enfermeiros. Parece mentira, mas não. Infelizmente é verdade.

 

Já não há dúvida, é SÓ RETÓRICA. Governo/ Ministério da Saúde vão deixando cair a máscara: atrás do suposto reconhecimento está, afinal, a vontade de continuar a explorar o trabalho, as competências e o sentido de responsabilidade dos enfermeiros.

A progressão dos enfermeiros com Contrato de trabalho para Funções Públicas (vulgo CIT) é uma exigência do SEP e a maior injustiça existente na comunidade de enfermagem. No Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) o processo iniciou-se em 2019 mas “cobardemente” nunca foi concluído.

Esta administração assumiu a justeza do compromisso assumido e esperava-se que lhe desse continuidade permitindo que, aos 17 enfermeiros que progrediram se lhes juntasse os restantes 417. Inadmissivelmente, ao invés de prosseguir no que considera justo, bloqueia perante a Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS). Após reiterada exigência do SEP de reunir nos últimos meses, para debater este e outros assuntos, o Conselho de Administração chamou ontem os enfermeiros para lhes comunicar a sua decisão de cortar €200 no vencimento “nas costas” do sindicato.

Esta lamentável postura de obediência cega à tutela, vem ao arrepio, inclusive, do Provedor de Justiça que, em janeiro deste ano, emitiu um parecer onde refere “tendo presente a convergência de regimes que tem vindo a ser concretizada (…) julgamos não existir fundamento válido para sustentar que (…) os efeitos do descongelamento de carreiras de que beneficiaram os enfermeiros com vínculo de emprego público não se produzam igualmente na carreira dos seus colegas em regime de CIT.

Há responsáveis neste “voltar atrás”: administrações do CHUA, Presidente da ARS Algarve, grupos parlamentares que votaram contra (PS), abstiveram-se (PSD, CDS, IL), não compareceu (CHEGA) na votação das propostas legislativas apresentadas por BE e PCP em janeiro deste ano, que dissiparia dúvidas.

A resposta a esta vergonhosa “reviravolta” será dada, também, pelos enfermeiros.

O Governo e o Ministério da Saúde vão deixando cair a máscara: atrás do suposto reconhecimento está, afinal, única e exclusivamente a vontade de continuar a explorar o trabalho, as competências e o sentido de responsabilidade dos enfermeiros pelas necessidades dos cidadãos em cuidados de saúde. Até um dia.

Nota enviada aos media a 1 de abril de 2021