3 Fevereiro, 2025
Defender o SNS é garantir o direito à saúde
Dia 17 de fevereiro vamos exigir o acesso aos cuidados de saúde. A saúde é um direito não é um negócio.

CONCENTRAÇÃO
17 de fevereiro | 10 horas
Centro de Saúde Algueirão Mem Martins

O acesso aos cuidados de saúde está cada vez mais condicionado, agravado agora com a obrigação dos utentes terem de telefonar para o SNS 24, como é o caso do programa para os cuidados de saúde primários “Ligue antes, salve vidas” em que tem de ser usada a linha de atendimento para utentes que necessitem de acesso a consulta médica no dia.

Este Governo, pela mão da ministra da Saúde não olha a meios para atingir os seus fins. As triagens através do telefone são mais um obstáculo no acesso aos cuidados de saúde, aumentando a insegurança e intranquilidade em camadas da população mais vulnerável, como são, as crianças, os doentes crónicos, as grávidas, os idosos.

No mês de janeiro, a espera nas urgências dos hospitais continua muito acima do desejável. No hospital Amadora-Sintra, o registo de espera em média ronda as 10 horas, sendo que  chegou a atingir as 30 horas, para doentes urgentes durante o fim de semana de 25/26. 

Volvidos 50 anos do 25 de Abril, é bom lembrar que a Revolução permitiu a criação de postos e centros de saúde que proporcionaram cuidados de proximidade necessários à população, com progressos impressionantes de em indicadores de saúde que colocaram Portugal no topo do mundo, sendo inclusivamente uma referência e um exemplo apresentados pela Organização Mundial de Saúde.

Não queremos que Portugal volte para trás.

É urgente reforçar os cuidados de saúde primários (CSP), em meios humanos e materiais.

Os CSP têm sofrido desinvestimentos por parte dos sucessivos governos. Os constrangimentos orçamentais levaram ao encerramento de extensões e unidades, em particular na periferia, à redução do horário de atendimento, à carência de profissionais, ao desinvestimento na área da saúde pública e nos cuidados na comunidade.

Na ULS Amadora/Sintra há 176.140 utentes sem médico de família, correspondendo a 32% dos utentes desta Unidade Local de Saúde.

Continua a existir uma grande desigualdade nas condições de trabalho, funcionamento e de atendimento aos utentes entre as unidades de saúde, nomeadamente entre as USF e UCSP. Enquanto que as USF recebem mais dinheiro e têm menos utentes por médico e enfermeiro de família que as UCSP.

As desigualdades entre regiões e utentes acentuam-se com a entrega dos CSP aos privados.

O atual Governo PSD/CDS criou o Plano de Emergência para a Saúde que não só não responde aos problemas no SNS – mais profissionais é essencial – como ainda agrava a situação com a ausência de investimento público, que permita a melhoria das condições de trabalho dos seus profissionais de saúde, empurrando-os para o sector privado, com claro benefício dos grandes grupos económicos ligados ao negócio na área da saúde, nomeadamente com a criação das Unidades de Saúde Familiares (USF) modelo C.

Temos soluções, exigimos:

  • O reforço imediato do investimento e financiamento do SNS;
  • Nos cuidados de saúde primários a atribuição de médico e enfermeiro de família a todos os utentes;
  • Um Hospital público para servir a população de Sintra;
  • O aumento da remuneração base e a valorização das carreiras dos profissionais de saúde, de forma a poder reforçar a contratação e a retenção dos trabalhadores;
  • A gestão pública, com autonomia, de todas as unidades do SNS e dos respetivos serviços.

Só com um SNS forte se garante o acesso universal a cuidados de saúde que a Constituição da República Portuguesa consagra.

Se és profissional e/ou utente do SNS, esta luta é tua!

Participa!