7 Fevereiro, 2022
Carência de enfermeiros nas urgências do Hospital Santa Maria é resultado de anos de política de destruição do SNS.

 

Nesta reportagem da SIC Notícias, a dirigente Isabel Barbosa expõe esta dramática situação:

 

A anunciada carência de enfermeiros nas urgências do Hospital Santa Maria é um problema que não é novo.

É generalizado no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e tem sido denunciado por nós e pelos enfermeiros ao longo dos anos, sendo resultado de uma política de destruição do Serviço Nacional de Saúde conduzida pelos sucessivos governos.

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A situação que se vive nas urgências do Hospital de Santa Maria é consequência de:

  • Desinvestimento nos Cuidados de Saúde Primários e o recente desvio de enfermeiros para os centros de vacinação à Covid-19;
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  • Carência estrutural de enfermeiros no CHULN (em dez anos houve uma redução de cerca de 300 enfermeiros);
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  • Desvalorização das carreiras e dos salários dos profissionais de saúde;
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  • Encerramento de diversos serviços ao longo dos anos no CHULN, nomeadamente no Hospital Pulido Valente;
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  • Encerramento de urgências hospitalares na cidade de Lisboa, nomeadamente no Hospital Curry Cabral..

 

Os enfermeiros sentem-se ainda desmotivados, conduzindo à saída de muitos, pelo não cumprimento dos compromissos assumidos pelo Conselho de Administração do CHULN com o SEP, como:

  • Contabilizar os justos e legais pontos para efeitos de progressão;
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  • Pagar retroativos/diferenciais aos enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho entre 2013 e 2015 – anos em que os enfermeiros recebiam abaixo da tabela salarial em vigor.

A carência de enfermeiros só pode ser resolvida com a contratação imediata de profissionais e com a aposta na sua manutenção – só alcançada através da valorização profissional, dos salários, da carreira e da contagem de todos os pontos para efeitos de progressão.

 

Nota enviada aos media a 7 fevereiro 2022