
SEP não abandonou o processo negocial. É a APHP que não quer negociar as propostas dos enfermeiros
Declarações de Óscar Gaspar, Presidente da APHP, aos órgãos de comunicação social, em dias de greve dos enfermeiros: “Estranhamos os motivos para a paralisação convocada”, diz Óscar Gaspar, lamentando que um sindicato se tenha excluído da negociação. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), estrutura em causa, é o que junta maior número de profissionais do setor.
Sobre estas declarações importa clarificar:
- O SEP tem um Contrato Coletivo com a APHP desde há vários anos.
- No âmbito da negociação coletiva, como é habitual, foi apresentada proposta pela APHP.
- A essa proposta o SEP reagiu e apresentou contraproposta.
- A nossa contraproposta resultou das reivindicações dos enfermeiros que exercem nos diferentes hospitais privados.
- Para além da proposta de aumentos salários, os enfermeiros recusaram terminantemente, alguns aspetos que constavam na proposta da APHP, nomeadamente o banco de horas que prevê o aumento significativo do número de horas por semana e,
- Recusaram, ainda, o regime de adaptabilidade que prevê o aumento do horário de trabalho diário, sem que isso configure trabalho suplementar.
- Finalmente, os enfermeiros reivindicam, também, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais tendo sido inclusivamente assumido que este objetivo poderia ser atingido de forma faseada e ao longo dos anos.
Ao contrário do que afirmou Óscar Gaspar, conhecendo as reivindicações dos enfermeiros materializadas na nossa proposta, apesar dos reiterados pedidos de agendamento de reunião, nunca a agendou.
Pelo contrário, começaram a surgir informações, incluindo do próprio Óscar Gaspar, que não estaria disponível para negociar com o SEP porque já tinha interlocutores para aceitarem todas as suas propostas (as APHP).
Repondo a verdade, o SEP não abandonou nenhum processo negocial, como aliás nunca o fez, no setor privado, público ou social.
A conclusão é clara: a APHP nunca pretendeu negociar as propostas dos enfermeiros materializada na proposta por nós apresentada, ou seja, a APHP excluí quem “não aceita” a imposição de matérias prejudiciais aos enfermeiros.
Nota à comunicação Social enviada a 10 de julho