7 Julho, 2014
Serviços em situação de rutura e saída de enfermeiros para o sector privado e/ou estrangeiro para verem o seu trabalho valorizado.

Ritmos de trabalho desumanos, falta de material, desmotivação decorrente dos cortes nos salários, no valor das horas extraordinárias e das horas de qualidade decorrente da politica de saúde deste governo está a potenciar as situações de ruptura, em vários hospitais e centros de saúde.

Os exemplos são vários:

Ruptura total do Serviço de Urgência Básica de Loulé e de Albufeira;

Encerramento do Bloco de Partos entre as 21h e as 9 horas do Hospital de Portimão por falta de pediatras;

Escalas deste mês e do próximo, com dias de aberto por falta de profissionais;

Mobilidade imposta de enfermeiros das Unidades de Cuidados Continuados para colmatar as necessidades noutras Unidades Funcionais, nomeadamente, nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados;

Mobilidade imposta de enfermeiros dos DICAD colocando em causa os programas de apoio e prevenção da toxicodependência, para fazer face às necessidades de outros serviços;

Muitas das situações de carência que se registam resultam da rescisão de contratos de vários profissionais, das diferentes carreiras, seja para emigrar seja por opção pelo sector privado.

A situação remuneratória dos profissionais de saúde, no âmbito do SNS, precisa rapidamente ser revisto. Dos 105.640 trabalhadores da saúde, 79.028 são portadores de qualificação superior. Destes 26.265 (21,21%) auferem vencimentos entre os 1001 e 1250€. Entre 1251 e 1500€, 15.121 (12,2%) trabalhadores. Entre 1501 e 1750€, 8.143 (6,6%) trabalhadores. Entre 1751 e 2000€, 9.350 (7,5%) trabalhadores; entre 2001 e 2250€, 4.104 (3,3%) trabalhadores (Balanços sociais).

Face a este cenário de desvalorização da função prestadora de cuidados compete ao Ministro da Saúde decidir se é ou não, efectivamente, um defensor do SNS como se afirma.

Para impedir a continuada “sangria” de profissionais é determinante a valorização económica dos que prestam cuidados.