A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens - CIMH/ CGTP-IN vai debater, a 2 de junho, pelas 10h00 no auditório António Domingues Azevedo, Campo Pequeno, a questão da igualdade no mundo do trabalho, na sua 8.ª Conferência Nacional.
A Conferência contará com a presença de cerca de 200 Delegadas de todo o país e de diversos sectores profissionais, para além de organizações convidadas, entre elas, já confirmadas: CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género), ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) e OIT (Organização Internacional do Trabalho – Escritório de Lisboa).
Em debate estarão temas como: a qualidade do emprego, o teletrabalho e a digitalização, a igualdade salarial, a conciliação, os direitos de maternidade e paternidade, a violência e o assédio laboral e serão ainda divulgados os dados mais recentes (relativos a 2020) sobre as doenças profissionais que mais afetam as mulheres trabalhadoras no nosso país.
Síntese da situação atual das mulheres trabalhadoras em Portugal
- Em 2020 havia 2.330 mil mulheres empregadas no nosso país, 2.071 mil das quais a trabalhar por conta de outrem (89% do total).
. - A precariedade em 2020 atingia mais de 712 mil trabalhadores, 373,5 mil dos quais mulheres (52% do total).
. - As trabalhadoras ganham salários ainda mais baixos do que os trabalhadores do sexo masculino: 14% em média; nos ganhos mensais o diferencial global sobe para 17,8%.
. - Em 2020 cerca de 26% das mulheres trabalhadoras receberam o salário mínimo nacional, tendo havido um aumento em relação a 2019.
. - Portugal é o quarto país da União Europeia onde se trabalha habitualmente mais horas por semana a tempo completo.
. - O número de trabalhadores em teletrabalho variou entre um milhão logo no início da pandemia (abrangendo 22,6% do emprego) e 563,5 mil no final de 2020 (11,6% do emprego), tendo subido para cerca de 968 mil no 1º trimestre de 2021 (20,7% do emprego) devido ao segundo confinamento.
. - Em 2020, fruto da situação que estamos a viver desde o aparecimento da Covid-19, houve uma nova queda da natalidade: o número de nascimentos diminuiu 2,5% face a 2019.
. - Verifica-se o adiamento da maternidade o que, se for muito prolongado, pode inviabilizar a intenção de ter mais filhos.
. - 16,5% da população ativa portuguesa ao longo da sua vida profissional, já viveu alguma vez uma situação de assédio, segundo o estudo mais recente (2016).
. - Os problemas ósseos, articulares ou musculares foram identificados como os mais graves por 59% das mulheres trabalhadoras com problemas de saúde relacionado com o trabalho, seguindo-se o stress, a depressão ou ansiedade (23%).
. - Estavam desempregadas ou subocupadas 414 mil mulheres trabalhadoras em 2020, mais 3,8% do que no ano anterior.
. - Os cuidadores informais são maioritariamente mulheres (64%) com idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos (69,5%), e que prestam cuidados a tempo inteiro.
. - O Índice de Preços de habitação aumentou 8,4% em 2020.
. - As mulheres têm um risco de pobreza superior aos homens (16,7% face a 15,6%), em virtude dos seus salários serem muito baixos, assim como todas as prestações que deles dependem.