Os enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital de Vila Franca de Xira estão no limite da sua capacidade física e mental.
Os enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX) estão no limite da sua capacidade física e mental.
A falta de enfermeiros resulta num elevado ritmo de trabalho, e leva à redução do número de folgas, a sucessivas alterações de horário – muitas delas no próprio dia -, e à realização de horários com mais de 50 horas extraordinárias por mês.
A prestação de cuidados de enfermagem aos cerca de 100 doentes internados no Serviço de Urgência, para além da elevada afluência ao serviço, tem vindo a ser garantida à custa do esforço dos profissionais de saúde, nomeadamente dos enfermeiros, em prejuízo de momentos de descanso, de lazer e da vida familiar. “Os enfermeiros do turno da noite, num ato de total solidariedade com a população e restantes colegas, continuaram o turno da manhã para garantir a prestação de cuidados”, refere Marco Aniceto, enfermeiro.
Esta situação não é inevitável e tem no Governo o principal responsável, que opta por não tomar as medidas necessárias para o reforço do Serviço Nacional de Saúde e para a contratação e a fixação de enfermeiros, enquanto utiliza simultaneamente as dificuldades criadas e não resolvidas para pôr em causa a gestão pública.
Exigimos a criação de condições de trabalho que favoreçam a fixação e a contratação de enfermeiros, nomeadamente o aumento do salário e a justa valorização da carreira, a contagem de todos os anos de serviço para efeitos de progressão, a harmonização de dias de férias entre enfermeiros com Contratos Trabalho em Funções Públicas e Contratos Individuais de Trabalho, a regulação dos horários de trabalho e o respeito pelos tempos de descanso. São estas as prioridades sistematicamente identificadas e reivindicadas pelo SEP (incluindo no Caderno Reivindicativo entregue ao Ministério da Saúde no dia 9 de junho).
A greve realizada pelos enfermeiros neste hospital no passado dia 17 de dezembro contou com 89% de adesão no Hospital e 100% no Serviço de Urgência, o que demonstra sem qualquer dúvida o descontentamento generalizado destes enfermeiros.