“Olimpíadas da saúde” é o tema do evento da plataforma em defesa do SNS que se realizará em frente à Maternidade Alfredo da Costa a 30 de agosto, às 16 horas.
Face à dramática situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e em particular nas maternidades da Grande Lisboa, decidimos realizar as Olimpíadas da Saúde, acendendo a chama da tocha olímpica da saúde na Maternidade Alfredo da Costa para que não haja privação dos direitos de igualdade, proteção, segurança e tranquilidade das mulheres grávidas.
Nos últimos anos têm-se vindo a agravar os problemas de funcionamento das urgências de ginecologia/obstetrícia, dos blocos de partos e mesmo de pediatria, consequência de décadas de políticas de desinvestimento do SNS, e desvalorização dos profissionais de saúde, conduzindo a graves retrocessos dos direitos das grávidas e das crianças
O atual Governo sabe que o principal problema do SNS (naturalmente também das maternidades) é a falta de recursos humanos, mas mesmo assim opta por continuar a agravar as condições de trabalho, e ao não responder às suas justas reivindicações, provoca o êxodo de muitos dos profissionais do SNS.
É preciso lembrar que no distrito de Lisboa, há cerca de um ano, a atual ministra da saúde, na altura presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, decidiu encerrar para obras o bloco de partos do hospital de Santa Maria, numa altura já critica nas urgências de obstetrícia da Região Lisboa e Vale do Tejo. As obras necessárias não acautelaram um plano de recurso e provocaram o desmantelamento das equipas.
O resultado está à vista: a insegurança instalada com encerramentos constantes, horários reduzidos, transferências de grávidas para centenas de quilómetros de distância, a incerteza permanente das grávidas ao não saberem onde encontram os serviços abertos, provocando a angústia num momento da vida em que se precisa de tranquilidade.
O Plano de Emergência para a Saúde do actual Governo não só não responde aos problemas no SNS, como ainda agrava a situação quando não prevê o investimento público, nem a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde, empurrando todas as saídas para o sector privado com claro benefício dos grandes grupos económicos ligados à saúde/doença.
Temos soluções, exigimos:
- O aumento da remuneração base e a valorização das carreiras dos profissionais de saúde;
- O reforço imediato do investimento e financiamento do SNS;
- A contratação imediata dos médicos recém especialistas;
- A gestão pública, com autonomia, de todas as unidades do SNS e dos respetivos serviços;
Só com um SNS forte se garante o acesso universal a cuidados de saúde que a Constituição da República Portuguesa consagra.
Se és profissional e/ou utente do SNS, esta luta é tua.
Participa.