8 Abril, 2015
A realidade desmente o governo. A proclamada necessidade de investimento nos Cuidados de Saúde Primários, bem como na melhoria de capacidade de resposta dos cuidados hospitalares, esbarra numa politica de desinvestimento cego no Serviço Nacional de Saúde que diminui a acessibilidade aos cuidados pelos cidadãos.

 

 

O contributo igual das populações, do interior do país, para o pagamento da enorme carga de impostos não tem retorno para a melhoria dos serviços de saúde. Pelo contrário assiste-se ao empobrecimento da oferta pública do Serviço de Saúde, pondo em causa o bem maior das populações – a sua Saúde.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses alerta assim para a grave carência de recursos humanos da ULS da Guarda, que não só põe em causa a qualidade dos serviços de saúde prestados mas também a resposta mínima exigida de algumas das suas valências. A carência de enfermeiros agudizou-se nos serviços de medicina e urgência. Valências de excelência, como eram ortopedia e a pneumologia, correm sérios riscos de rutura, evidenciando-se a ortopedia, perto do colapso por falta de médicos e a pneumologia por falta de enfermeiros. O desinvestimento nos Cuidados de Saúde Primários é evidente, contrariando as proclamadas prioridades do Ministro da Saúde. São sentidas as carências de enfermeiros nas Unidades de Cuidados na Comunidade de Seia e Gouveia e na Unidade de Cuidados Continuados do Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia. Continua por implementar o enfermeiro de família na ULS da Guarda e a intervenção no serviço de urgência do Hospital Sousa Martins continua por tardar.

Com esta nova visita de sua Exª o Sr. Ministro da Saúde ao nosso Distrito, com a qual nos congratulamos, alertamos para o não cumprimento das promessas assumidas e anunciadas anteriormente. A realidade é que quase tudo continua por fazer.

Continuamos à espera de soluções. Exigimos que o Sr. Ministro da Saúde e agora o novo/retocado Conselho de Administração dê rapidamente resposta às graves carência de recursos humanos – enfermeiros, médicos e assistentes operacionais. E, para os enfermeiros, seguramente, não serão necessários incentivos financeiros de interioridade para a sua fixação no Distrito da Guarda.

Não aceitamos falsas promessas eleitoralistas. O Ministério da Saúde, tal como todo o governo que pratica políticas contrárias aos interesses da população, desprezando as opiniões dos profissionais de saúde e as reclamações dos utentes.

Queremos dizer NÃO ao contínuo abandono das suas populações do interior.

O distrito da Guarda merece mais e melhor e no que concerne ao bem maior que é a Saúde da sua população, exigimos, no mínimo igualdade de acesso a cuidados de saúde de qualidade.