16 Março, 2025
Governo quer mesmo privatizar os Cuidados de Saúde Primários
Ao arrepio do que têm anunciado aos portugueses, Ministério da Saúde prefere candidatura de privados à constituição pública de USF modelo B. 

A prioridade assumida pelo Governo é a criação das Unidades de Cuidados de Saúde Familiar (USF) modelo A ou B.

As USF modelo C, ainda que o Governo e a Ministra da saúde tenham “escancarado a porta” não podem, diz a lei, substituir onde existe oferta de serviços públicos de saúde.

Os enfermeiros, e restantes profissionais necessários para a criação de USF modelo B, organizaram-se para a criar em extensões pertencentes ao Centro de Saúde de Lagoa (Estômbar, Parchal e Ferragudo) uma USF modelo B tendo, inclusivamente, feito contactos com a Camara Municipal de Lagoa que aceitou desenvolver intervenções para a melhoria dos equipamentos.

Curiosamente, ou talvez ou não, os profissionais envolvidos receberam uma informação que aquele projeto não poderia avançar porque naquela mesma área iria ser criada uma USF modelo C (privada).

Esta realidade demonstra que este Governo, o Ministério da Saúde, o Diretor Executivo do SNS (quem tem delegação de competências para decidir) e a administração da ULS do Algarve estão mais interessados em responder aos interesses privados na área da saúde do que em desenvolver os projetos dos profissionais de saúde que nunca fizeram deste setor um negócio para obter lucro.

Mais, esta decisão vem ao arrepio de toda a propaganda que o Governo e Ana Paula Martins têm propagandeado junto dos portugueses. A sua intenção é mesmo privatizar a saúde, incluindo os Cuidados de Saúde Primários, preterindo a saúde pública e favorecendo as empresas “dos amigos”.

É neste contexto que podemos afirmar que o Governo, a Ministra da Saúde, o Diretor Executivo do SNS e o Presidente do Conselho de Administração da ULS Algarve promovem a privatização dos Cuidados de Saúde Primários no Algarve atirando milhares de algarvios para a incerteza de não terem cuidados de promoção da saúde e prevenção da doença.

São os projetos e as expectativas dos enfermeiros que, também estão em causa associados à continuidade de cuidados a milhares de utentes que já eram cuidados, seguidos, por estes profissionais.

(nota à comunicação social enviada a 16 de março de 2025)