26 Outubro, 2016
Enfermeiros questionam deputados no Algarve sobre Orçamento de Estado
Promovido pelo SEP/Algarve realizou-se no dia 24 um debate com os deputados eleitos pelo circulo do Algarve. Objetivo foi o de proporcionar aos enfermeiros um espaço onde pudessem questionar os deputados sobre a proposta de Orçamento de Estado e a ausência de respostas aos problemas dos enfermeiros.

No debate estiveram presentes todos os grupos parlamentares e os respetivos eleitos pelos algarvios. Luís Graça do PS, João Vasconcelos do BE, Paulo Sá do PCP, Cristóvão Norte do PSD e Teresa Caeiro do CDS aceitaram o convite do SEP para apresentar as suas propostas mas, mais do que isso, responder às questões colocadas pelos enfermeiros.

A mesa contou, ainda, com a presença do Presidente do SEP, Enfº José Carlos Martins, e a moderação do Enfº Manjua, Coordenador da Direção Regional do SEP.

Em síntese e apesar da tentativa de cada partido politico tentar justificar o que fez ou o que não está a fazer para resolver os problemas dos enfermeiros, ressalta a extrema acuidade das questões colocadas.

Desde logo a dificuldade em perceber a opção do governo em não aplicar as 35 horas para todos os enfermeiros depois da imposição do anterior. A desvalorização salarial, o risco e penosidade da profissão sem qualquer compensação por o ser, os problemas decorrentes da “não” aposta nos Cuidados de Saúde Primários contrariando o discurso de sucessivos governos incluindo o atual, os salários baixos, a deterioração das condições de trabalho e a sua desvalorização associado aos constantes elogios dos políticos a esta classe profissional sem que tal reconhecimento se veja materializado para além das “palmadinhas das costas”, tudo foi objeto de critica por parte dos presentes.

Deste debate, onde mais uma vez se constata que os políticos vivem à margem do país real, o sinal verde é para os enfermeiros. Nem ao convite formulado por um dos enfermeiros para visitarem a urgência, nesse mesmo dia, acederam. “Talvez assim percebessem melhor o que significa ser enfermeiro e ter que trabalhar nestas condições. Talvez assim percebessem um pouco melhor se gostariam de ser doentes nestas condições”, desabafavam alguns enfermeiros no final do debate.

Em conclusão, apesar de na globalidade a proposta de Orçamento de Estado permitir continuar a  recuperar rendimentos,  para os enfermeiros não trás nada de novo, afirma o Presidente do SEP, pelo contrário, pode aprofundar a discriminação. A ser assim o SEP continuará a desenvolver iniciativas de luta.

É inadmissível que as progressões continuem congeladas após 11 anos, que não exista uma “porta aberta” para revalorizar a carreira, que não seja colocado um fim ao corte no pagamento das horas penosas e de qualidade e que se continue a explorar o conhecimento, as competências, as qualificações diferenciadas, entre outras questões.