28 Novembro, 2013
O SEP programou para a semana de 25 a 29 de Novembro uma campanha de esclarecimento aos utentes sobre as consequências dos cortes no setor. Segundo aquela estrutura sindical as politicas do governo têm levado ao encerramento de serviços e à falha de alguns meios que os enfermeiros tentam colmatar. 


Diminuição dos cuidados de proximidade

Encerraram extensões de saúde no sotavento algarvio, nomeadamente em Vaqueiros, Odeleite, Azinhal que se somam às de Pereiro e Giões encerradas há alguns anos. Fala-se ainda na possibilidade de mais encerramentos agora no Barlavento Algarvio. Diminuiu o horário de atendimento de alguns serviços aos domingos e feriados como por exemplo nos cuidados continuados domiciliários e salas de tratamento.

Faltam viaturas para as deslocações ao domicilio sendo que há enfermeiros que utilizam os carros próprios assumindo o pagamento das deslocações do seu bolso.

O aumento escandaloso das taxas moderadoras, um episódio de urgência no hospital passou de 7,50€ em 2006 para 20,60€ em 2013, e a criação de novas taxas moderadoras para alguns tratamentos levou a um afastamento dos utentes por não poderem suportar estes custos.

 

Falta de materiais e medicamentos

Os serviços de urgência básica de Vila Real de Santo António, Albufeira e Loulé enquanto não passam para a alçada do Centro hospitalar do Algarve continuam a ser “terra de ninguém” e continuam a falhar materiais e alguma medicação. Por exemplo em Vila Real apenas existe um insuflador manual, necessário na reanimação) emprestados pelos bombeiros e estão sem RX há uma semana porque avariou e, pasme-se, o contrato de manutenção não tinha sido renovado.

Nos centros de saúde é escandaloso que tenham que ser os utentes a comprar material de penso indo fazê-lo muitas vezes a Espanha por ser mais barato, incluindo a compra de medicamentos. O cúmulo deste escândalo é uma profissional que comprou morfina para administrar a um doente por não haver no serviço.

Faltam vacinas, agora e de novo a do tétano no centro de saúde de Portimão. Existe a ameaça de rutura de sacos e placas para os cerca de 400 doentes ostomizados do Algarve e cujos dispositivos são fornecidos pelos centros de saúde.

Também nos hospitais há falha de material como recentemente aconteceu no serviço de Gastro de Faro em que os profissionais se viram na contingência de terem que comprar luvas e num dos dias não havia uma única seringa no turno da noite.

A falte de material leva a que aconteçam muitos desperdícios. Por exemplo, os factos de não existirem balões de soros pequenos são utilizados os maiores desperdiçando uma quantidade considerável de soro.

Segundo o SEP as falhas de material são constantes porque a burocracia dos concursos é imensa e os serviços só estão autorizados a comprar 15% abaixo do valor de compra do ano passado, de acordo com as orientações do ministro da saúde, Paulo Macedo.

 

Carência de profissionais

Apesar da imposição das 40 horas o problema da falta de enfermeiros na região não se resolveu. A nível hospitalar continua a existir serviços com apenas 1 enfermeiro por turno. Recentemente houve a redução de 1 enfermeiro no serviço de urgência básica de Lagos nos turnos da manhã e da tarde, apesar de ter aumentado o numero de postos de trabalho com a ambulância SIV.

Faltam enfermeiros na generalidade dos serviços dos hospitais, nos cuidados paliativos de Tavira, nos cuidados continuados e na unidade de desabituação (ex-IDT).

 

Discriminação

Apesar de todos os esforços que os enfermeiros têm feito para compensar as faltas de meios humanos e falhas materiais, em suma, falta de condições de trabalho continuam a ser fortemente discriminados quando:

  • Não respeitam os horários
  • Não pagam trabalho extraordinário
  • Não valorizam as competências acrescidas
  • Não há equidade salarial com outras carreiras do mesmo grau de complexidade
  • Já nem os direitos de parentalidade querem respeitar

Com o objectivo de alertar a população e para reafirmar que as “politicas deste governo matam”, o SEP estará a entregar panfletos à população:

  • 26 de Novembro às 15 horas – hospital de Portimão
  • 27 de Novembro às 14 horas – centro de saúde de Tavira
  • 28 de Novembro às 11 horas – centro de saúde de Faro
  • 29 de Novembro às 11 horas – centro de saúde de Portimão

 

Nota á comunicação social enviada a 27 de novembro de 2013