20 Maio, 2010
Maria João Martins, 42 anos, é enfermeira com 21 anos de experiência a lidar com vítimas de acidentes de viação. Trabalha no Hospital Ortopédico do Outão, Setúbal, local onde acabam muitos dos politraumatizados do país. Em visita familiar ao Algarve, arranjou tempo para nos falar da sua investigação.

 

Excesso de velocidade, infrações, falta de civismo. Vale tudo nas estradas portuguesas. E se lhe dissermos que muitos condutores portugueses têm a tendência para não se culpabilizarem pelos acidentes que causam?

Esta é uma das conclusões do estudo «Nunca tive um comportamento de risco mas já andei na auto-estrada com a minha mota a 290 – Acidentes rodoviários: culpa e comportamento preventivo». No âmbito de uma tese de mestrado em «Risco, trauma e sociedade» pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Maria João Martins entrevistou 19 condutores envolvidos em acidentes que provocaram 29 vítimas, entre as quais três mortos e 13 feridos graves.

A enfermeira e investigadora concluiu ainda que a ausência de um sentimento de culpa bloqueia a mudança de comportamentos.