3 Junho, 2015
No Centro de Saúde de Famalicão, só para as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e Unidades de Saúde Familiar deveriam estar 150 enfermeiros de família. Estão 23! E na Unidade de Cuidados na Comunidade deveriam estar 28 ESTÃO 11.

 

No percurso para a greve de 4 e 5 de junho, importa esclarecer os utentes sobre as consequências da carência de enfermeiros nomeadamente que o número de infecções hospitalares aumentou, que há pessoas que morrem nos hospitais em resultado destas infecções. Esta realidade poderia ser diferente, afirma o SEP, porque há estudos que demonstram que se o número de enfermeiros nos serviços fosse de acordo com as necessidades e não estivessem em situação de exaustão física e psíquica, as infecções diminuiriam 30% poupando milhões de euros e evitava mortes! Faltam 25 mil enfermeiros. São menos 3.500.000 horas de cuidados de enfermagem que lhe estão a ser negadas.

No Centro de Saúde de Famalicão, só para as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados e Unidades de Saúde Familiar deveriam estar 150 enfermeiros de família. Estão 23! E na Unidade de Cuidados na Comunidade deveriam estar 28 estão 11. Continua o SEP, por serem poucos, os enfermeiros são obrigados a escolher o que fazer. Estão frustrados, desmotivados e revoltados. 49% dos enfermeiros afirmam não ter tempo para fazer educação para a saúde aos utentes e famílias. 49% afirmam não ter tempo para as intervenções relacionadas com a higiene e conforto dos doentes. 6% não têm tempo para administrar terapêutica. 4% não conseguem manter os cuidados à pele dos doentes.

A degradação das condições de trabalho interfere diretamente com os cuidados prestados aos utentes porque interfere com os próprios profissionais. 50% dos enfermeiros sofrem de exaustão física e psíquica. 63% afirmam que o ambiente de trabalho é mau.e 52% afirmam que os conselhos de administração das instituições de saúde não resolvem os problemas com que diariamente estão confrontados.

Os enfermeiros estarão em greve a 4 e 5 de junho porque queremos alterar esta realidade, exigindo melhores condições para lhe prestar cuidados. E contamos consigo porque valorizar os enfermeiros é um investimento dos contribuintes, é um investimento dos utentes na sua própria saúde.