14 Novembro, 2017
Trabalhadores da Cruz Vermelha voltam à greve a 4 e 5 de dezembro
Os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HVCP) voltam à greve a 4 e 5 de dezembro decorrente da total ausência de vontade negocial da Administração.

 

Em plenário realizado a 23 de outubro, os trabalhadores condenaram a atitude da administração e mandataram os sindicatos para:

  • convocar uma greve para os dias 4 e 5 de dezembro;
  • diligenciar junto de entidades terceiras ligadas à gestão e supervisão do HCVP – a Direção Geral de Saúde, PARPÚBLICA/Ministério das Finanças e Cruz Vermelha Portuguesa – o pedido de audiências para expor esta situação dramática, para trabalhadores e utentes.

A Administração do HCVP, depois de apresentar em fevereiro de 2016 a denúncia do Acordo de Empresa (AE), nunca evoluiu de posição, apesar das vinte e duas reuniões realizadas e de mais de um ano de negociações. Esta intransigência suscitou a indignação dos trabalhadores levando-os a realizar a greve de 8 de junho.

A Administração não quis e não quer entender a mensagem dos trabalhadores e com total desrespeito pelo direito à negociação coletiva, constitucionalmente consagrado, requereu a caducidade do Acordo de Empresa (AE) a 19 de junho – tendo os sindicatos, de imediato, solicitado a conciliação junto do Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social.

Contudo, os representantes da Administração afirmaram logo na primeira reunião de conciliação que não entendiam qual era o objeto da mesma e que não pretendiam negociar.

O mediador do ministério recomendou que as propostas sindicais fossem avaliadas e consideradas, ainda que sem sucesso. Assim, os sindicatos informaram que pretendiam solicitar reunião diretamente à Administração, na tentativa de evolução negocial. A reunião direta com a Administração, realizada na véspera da 3.ª reunião de conciliação, foi infrutífera, apesar de os sindicatos terem apresentado novas propostas.

No dia seguinte, a 4 de outubro, o mediador deu por encerrado o processo de conciliação decorrente da total recusa da Administração em negociar.

Os sindicatos informaram, nesta reunião, que irão solicitar a mediação do processo.

A Administração do HCVP, ao não querer negociar, não cumpre o AE e recorre em irregularidades nas admissões de novos trabalhadores. Criou uma empresa de subcontratação que nos últimos anos, e decorrente das precárias condições de trabalho que instituiu, tem gerado discriminações, grande rotatividade e instabilidade nos serviços.

É neste sentimento de indignação e injustiça que todos os trabalhadores – os abrangidos pelo AE e os da empresa de subcontratação SERVIHOSPITAL – decidiram no plenário de 23 de outubro condenar a atitude da Administração e aprovar o recurso à greve para 4 e 5 de dezembro.

Os sindicatos representantes são o Sindicato da Hotelaria do Sul, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e o Sindicato Profissionais Farmácia e Paramédicos.

 

Nota envida à comunicação social a 14 de novembro de 2017.