12 Maio, 2014
Dia Internacional do Enfermeiros: "Enfermeiros, uma força para a mudança. Um recurso vital para a Saúde".

No Dia Internacional do Enfermeiro, o SEP congratula e enaltece o trabalho desenvolvido por todos os enfermeiros, nos vários domínios de actividade, dentro e fora do país.

ENFERMEIROS, UMA FORÇA PARA A MUDANÇA. Independentemente de serem os enfermeiros que estão na linha da frente da prestação de cuidados, é verdade que desde sempre esta é uma classe profissional que se assumiu como proponente, quer nas instituições quer a nível nacional, participando nas decisões das politicas de saúde, com o objectivo de resolver os problemas com que as populações estiveram ou estão confrontadas.

No ano em que se comemora o 35º aniversário do SNS é indesmentível o trabalho dos enfermeiros na educação para a saúde das populações, na melhoria dos indicadores de saúde e na qualidade crescente dos cuidados de saúde prestados às pessoas. O caminho percorrido até hoje demonstra que os enfermeiros continuarão a ser essa força para mudar.

UM RECURSO VITAL PARA A SAÚDE. É indiscutível o papel imprescindível dos enfermeiros no SNS e no sistema de saúde. O momento de crise económica com consequências graves nas condições sociais das populações é disso uma evidência.

Portugal era e agravou-se, o país com o índice de enfermeiro/1000 habitantes, mais baixo da Europa. É inadmissível a constatação da taxa de anos potenciais de vida perdidos por 100.000 habitantes, por agrupamentos de centros de saúde (ACSS 2008) que seguramente se terão agravado nos últimos anos razão pela qual, supomos, estes dados deixaram de ser disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

Ainda assim, importa referir que de acordo com os dados fornecidos os anos potenciais de vida perdidos variavam entre os 3000 (ACES entre Douro e Vouga) e os 6000 (ACES nos ACES da Grande Lisboa I, II e III e Grande Porto VI e VII) e o valor mais alto registado no ACES Pinhal Interior Sul, com quase 8000.

Para contrariar estes dados que supomos se terão degradado, nos últimos anos, o SEP continua a exigir:

Mais enfermeiros

Prioridade inequívoca aos cuidados de saúde primários

Alargamento dos modelos de gestão das USF modelo B às restantes unidades funcionais

Revalorização económica de todos os enfermeiros. Em média, do conjunto dos profissionais que exercem funções no SNS 50% têm remunerações entre os 1.000 e os 1.200 €, brutos. Ter serviços públicos de qualidade, com profissionais experientes, qualificados, competentes e responsáveis é de todo incompatível com estes valores. A manutenção desta situação significará o êxodo e a não aposta na qualidade.

Horários de trabalho compatíveis com o risco e a penosidade da profissão assim como uma organização dos tempos de trabalho que potencie a literacia indispensável para tornar os cidadãos verdadeiros parceiros nos processos de saúde.

Reafirmando, o SEP congratula todos os enfermeiros que em todas as circunstâncias e em especial naquela em que vivemos, têm tido um papel fundamental na tentativa de manter a acessibilidade dos cidadãos aos cuidados de saúde, têm tentado manter a qualidade das respostas ainda que confrontados com a diminuição efectiva de enfermeiros nos serviços e por turno e, que em várias instituições têm permitido que as mesmas se mantenham em funcionamento.