23 Abril, 2020
Covid-19: contratação de enfermeiros – centros hospitalares universitários
Em relação à contratação de enfermeiros, apresentamos uma comparação relativa apenas aos Centros Hospitalares Universitários cujo financiamento difere relativamente àqueles que o não é.

 

Esta diferença é sustentada, presume-se, nas respostas mais diferenciadas em cuidados de saúde que podem dar às populações.

Dados da ACSS, portal da Transparência

Da análise:

  1. O número baixo de enfermeiros no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. São conhecidos os vários atropelos que acontecem nesta instituição: serviços com apenas 1 enfermeiro por turno, recurso sistemático a trabalho extraordinário com o consequente impedimento de gozo dos períodos de descanso originando altos níveis de absentismo. Em plena época gripal, o Cova da Beira perdeu enfermeiros e, já em período pandémico do COVID-19 não admitiu nenhum.
  2. O registo da considerável contratação de enfermeiros nos Centros Hospitalares Universitários do Porto e do São João em contraponto com o registado no CHU de Coimbra (+5) e o CHU Lisboa Central (+8).
  3. O CHU Lisboa Norte e o CHU do Algarve registam saldos negativos que, num quadro de carência pré-existente, são significativos.

Os Hospitais Universitários, pelo seu estatuto, estão na linha da frente das respostas mais diferenciadas em cuidados de saúde.

É uma evidência que hospitais e centros de saúde vão ter que se reorganizar para garantir, com a segurança máxima, o regresso à chamada actividade normal de consultas, intervenções cirúrgicas, cirurgias de ambulatório, etc., e ainda tratar dos doentes Covid.

A medida governamental de contratar enfermeiros por 4 meses não é solução, tão pouco revela uma visão de futuro.

O SEP mantém as suas exigências e acrescenta uma outra para garantir que as instituições de saúde do SNS, possam continuar a dar todas as respostas em cuidados de saúde que estas instituições, obrigatoriamente têm que dar, até pelo seu estatuto.

  • Que todos os enfermeiros contratados em regime de substituição passem para um contrato por tempo indeterminado;
  • Que a todos os enfermeiros contratados ou a contratar no âmbito da pandemia do Covid-19 seja feito um contrato por tempo indeterminado ao invés da solução de contratos por 4 meses, avançada pelo governo;
  • Que todos os jovens enfermeiros que terminem, durante o ano em curso, a sua licenciatura sejam imediatamente contratados, nomeadamente, nas regiões de implementação das faculdades de enfermagem.

Nota enviada aos media a 23 de abril 2020