5 Agosto, 2019
Os enfermeiros do Hospital privado de Azeitão – Nossa Senhora da Arrábida continuam por ver resolvidas questões como os horários, condições de trabalho e hierarquia de enfermagem.

 

Para resolver os vários problemas identificados neste hospital pedimos reunião à Direção. Por ausência de resposta atempada (pedido em março e reiterado em junho) reunimos com a Autoridade para as Condições de Trabalho.

A 25 de julho reunimos com o Diretor Operacional de Portugal, o Diretor dos Recursos Humanos e a Diretora-adjunta e expusemos as questões problemáticas reportadas pelos enfermeiros.

Estas situações, nomeadamente: carência de enfermeiros, horários e condições de trabalho irregulares, não pagamento de trabalho suplementar/extraordinário, falsos “recibos verdes”, não consagração da gestão e exercício autónomo da profissão, foram algumas das matérias entretanto reportadas às entidades competentes.

A 25 de julho os responsáveis institucionais (Direção) afirmaram que pretendem cumprir a legislação e regularizar a situação dos enfermeiros tendo dado como exemplo terem estabelecido vínculos sem termo e acabado com a subcontratação, o que saudámos.

 

Neste contexto defendemos e propusemos:

Horários e condições de trabalho

_ Estabelecer as 35 horas semanais de trabalho;

_ Valorização dos salários e dos suplementos;

_ Concretizar a valorização de todos os enfermeiros considerando a sua antiguidade, funções e formação;

_ Valorização da experiência profissional e da formação no momento da admissão;

_ Estabelecer uma estrutura de carreira que garanta a concretização de progressões, valorize a experiência profissional e a formação acrescida.

Referimos que estas são condições indispensáveis para promover a estabilidade dos enfermeiros e a conciliação da sua vida profissional e pessoal.

 

A Direção admitiu a dificuldade de contratar e de fixar enfermeiros o que reforça a necessidade de melhorar as condições de trabalho. A consequência será a melhoria da imagem do hospital junto dos clientes.

Propusemos ainda a negociação de uma convenção com o SEP que permita salvaguardar as condições laborais e remuneratórias e organizar uma estrutura de carreira interna.

A Direção referiu-nos que pretendia melhorar as condições de trabalho e remuneratórias dos enfermeiros:

  • Que equacionava a possibilidade de consagrar as 35 horas semanais, mas que ainda não tinha condições de apresentar proposta definitiva.
  • Que está a avaliar o aumento do valor base dos vencimentos dos enfermeiros/as por forma a cativar e motivar as equipas.

 

Informou-nos ainda que:

– Tinham regularizado todos os contratados com vínculos precários e que passaram a contratar, através de vinculação definitiva;

– Vão regularizar o pagamento do trabalho extraordinário em dívida no próximo mês;

– Estão a tentar contratar enfermeiros.

 

Hierarquia de enfermagem

Questionámos sobre a nomeação de Enfermeiro(a) Diretor(a) e restantes cargos de gestão previstos. Entendemos, em conformidade com a legislação em vigor, que deve existir uma hierarquia de enfermagem que deve depender diretamente da Direção. Em questões do exercício profissional os enfermeiros só podem responder perante os seus pares e que a prestação e gestão de cuidados só podem ser feitas por enfermeiros.

Informaram-nos que atualmente existem 2 enfermeiros “responsáveis”. Garantiram-nos que estes assumem a direção dos profissionais de enfermagem e dos serviços com autonomia e que dependem e respondem diretamente à Direcção.

 

Proposta negocial

Vamos continuar a acompanhar os enfermeiros e a lutar pela melhoria das suas condições de trabalho.

Reiterámos perante os responsáveis institucionais, a nossa disponibilidade para avançar com a negociação de uma convenção, que garanta não só melhores condições de trabalho aos enfermeiros, mas também a estabilidade e funcionalidade dos serviços, tendo para já ficado agendada para o próximo dia 19 de agosto uma visita às instalações e contactos com os colegas.