28 Março, 2018
Urgência do Hospital de Abrantes: a lógica do fazer mais com menos
Nesta página, fazemos a análise dos dados para percebermos a existência da sobrelotação do serviço de urgência e apresentármos propostas de solução.

 

Abordamos também o suplemento para os enfermeiros especialistas, a carência de enfermeiros, a avaliação do desempenho, o descongelamento de progressões e os horários de trabalho.

 

Da análise e das alterações:

  1. Em 2001 existia um hospital com personalidade jurídica em Abrantes, em Tomar e em Torres Novas, cada um abrangendo a respetiva população;
  2. Diminuição da população residente e do número de nascimentos nos três municípios;
  3. Aumento significativo do índice de envelhecimento nos três municípios;
  4. Aumento significativo da mortalidade infantil no município de Abrantes;
  5. Aumento da população desempregada;
  6. Em 2005 foi criado o Centro Hospitalar Médio Tejo que, segundo a página oficial, abrange cerca de 226 mil habitantes;
  7. As caraterísticas e os diversos indicadores referentes à população residente não se alterou significativamente – à exceção do envelhecimento da mesma e o aumento do desemprego;
  8. A reorganização dos serviços de urgência determinou a transformação dos serviços de urgência de Tomar e Torres Novasem serviços de urgência básica;
  9. Em Abrantes sediou-se a urgência médico-cirúrgica com uma média de 200 atendimentos/dia;
  10. A sobrelotação do serviço é constante;
  11. Entre 2010 e 2015 constatou-se um desinvestimento no centro hospitalar, nomeadamente, em termos de recursos humanos.

 

 

 

Os enfermeiros, como sempre, de forma responsável, são parte da solução e, em reunião com o SEP, foram discutidas propostas e apresentadas, a 27 de março, ao Conselho de Administração:

  1. Manutenção do serviço aberto ao abrigo do plano de contingência (UOM – Unidade de Observação Médica) e alargar para toda a sua capacidade (26 a 30 camas);
  2. Aumentar o número de enfermeiros, por posto de trabalho, na urgência;
  3. Implementação do serviço de hospitalização domiciliária;
  4. Melhorar a referenciação dos doentes que são enviados pelas SUB de Tomar e Torres Novas e Cuidados de Saúde Primários;
  5. Melhorar a avaliação clínica dos doentes transferidos pelas SUB para a urgência de Abrantes já que vários são os doentes que são enviados para resolução de quadros clínicos que não justificam a transferência, nomeadamente antibioterapia, aerossol, hidratação, enemas de limpeza, etc.;
  6. Mais orientação entre a Direção Clínica e os médicos alocados aos serviços de urgência, nomeadamente os subcontratados;
  7. Diminuir o número de dias de permanência de doentes com processos de internamento no serviço de urgência;
  8. Utilização da totalidade das camas do centro hospitalar para aumentar a drenagem de doentes internados na urgência.

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Respostas do Conselho de Administração

  • Vão prolongar, até final de abril, as 14 camas abertas ao abrigo do plano de contingência;
  • Aceitam aumentar o numero de camas de medicina no serviço UOM – Unidade de Observação Médica desde que obtenham autorização para contratar enfermeiros;
  • Não há qualquer orientação para diminuir o número de enfermeiros por turno e nos serviços;
  • Serviço de urgência de Abrantes vai ser remodelado – preveem para breve o início das obras;
  • Após a sua conclusão a equipa do serviço de urgência será: M=23 | T=23 | N=20;
  • Vão avaliar as condições em que são transferidos os doentes das SUB para a urgência de Abrantes já que afirmaram desconhecer a realidade apresentada pelos enfermeiros;
  • Está a ser estudada a criação de uma equipa de “gestão de altas”, composta por médico, enfermeiro e assistente social que permita acompanhar o processo de alta dos doentes;
  • Aceitam e vão estudar a proposta apresentada da criação de uma equipa de hospitalização domiciliária.

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Outros assuntos

Enfermeiros Especialistas

O Conselho de Administração reportou para a ACSS que a totalidade dos enfermeiros especialistas está no exercício de funções para efeitos de atribuição do suplemento de € 150,00.

 

Mapa de Pessoal

O Conselho de Administração propôs o aumento do mapa de pessoal em mais 58 postos de trabalho para acomodar a passagem dos CIT para as 35 horas, a 1 de julho de 2018. Contudo, até agora só foram autorizadas a contratação de 3 enfermeiros e 3 assistentes operacionais.

Para além da carência estrutural de enfermeiros, 15 são os que vão sair para os Cuidados de Saude Primários, decorrente do concurso nacional das Administrações Regionais de Saúde.

 

Avaliação do Desempenho

Qualquer orientação para efetuar a avaliação referentes a anos anteriores a 2017 é extemporâneo. Recordemos que, até nova atribuição da menção qualitativa, conta para todos os efeitos legais, aquela que o enfermeiro detém.

Biénio 2017-2018: de acordo com informação da Enfermeira Diretora, está a decorrer.

 

Descongelamento de Escalões

Afirmam estar a aguardar orientações da ACSS. Recordamos que todos os enfermeiros têm que ser notificados e essa notificação deve ser acompanhada de fundamentação.

Colega, em caso de dúvida contacta o SEP.

 

Horários de Trabalho/Trabalho Extraordinário

Nas escalas têm que, obrigatoriamente, constar o turno do trabalho extraordinário efetuado.