4 Fevereiro, 2015
SEP solicitou ao Presidente do Conselho de Administração do C. H. do Algarve, a tomada de medidas urgentes pela exposição não protegida a M. tuberculosis de profissionais de saúde no serviço de especialidades Médicas no Hospital de Portimão.



O SEP fez uma exposição ao Presidente do Conselho de Administração Centro Hospitalar do Algarve em que no dia 31 de outubro de 2014 foi dado conhecimento ao Serviço de Saúde Ocupacional e ao Senhor Enfermeiro Diretor, que esteve internado um utente entre 26 de setembro e 27 de outubro no serviço de especialidades médicas, cujo destino foi alta clínica para a Stª Casa da Misericórdia de Portimão. Só no dia 30 de outubro se teve conhecimento que o resultado do exame directo do lavado brônquico de uma broncofibroscopia realizada a 17 de outubro era positivo para muitos BAAR. O utente, com tuberculose activa, foi depois reinternado no mesmo serviço em isolamento respiratório.

Durante o primeiro internamento 17 Enfermeiros, 9 Assistentes Operacionais, o médico assistente e um fisioterapeuta tiveram exposição não protegida porque se desconhecia o diagnóstico.

 

Todos os trabalhadores foram contactados para realização de TST nos dias 2 e 3 de dezembro, tendo alguns repetido a 15 e 16 de dezembro. Há 5 trabalhadores que foram inicialmente excluídos da realização de TST por terem indicação para realização direta de teste IGRA, de acordo com a norma n.º 10/2014 da DGS.

 

Até ao momento nenhum profissional foi alvo de avaliação clínica, realizou Rx ou teste IGRA, no âmbito do rastreio de contactos, de acordo com a citada norma da DGS.

 

Esta situação é agravada pelo facto de não existir médico do trabalho no Hospital de Portimão há cerca de 2 anos, o que impede não só o devido acompanhamento deste tipo de situações em tempo útil, mas também as consultas periódicas obrigatórias por Lei.

 

Os profissionais estão naturalmente preocupados, tanto mais que têm conhecimento que no Hospital de Faro – Serviço de Cirurgia 2 existem 3 casos de profissionais de saúde confirmados com Tuberculose ativa (1 Assistente Operacional em fevereiro, 1 Enfermeira em agosto e 1 enfermeira em janeiro de 2015) e mais 5 casos conhecidos em dezembro de 2014 de infeção latente (4 Enfermeiros e 1 Assistente Técnico) em tratamento

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O SEP solicitou que sejam tomadas as medidas urgentes para que os profissionais de saúde realizem de imediato os exames necessários e que se cumpra a legislação no que toca à realização de consultas e exames periódicos.

 

Ofício enviado ao Presidente do Conselho de Administração do C.H. do Algarve, no dia 3 de fevereiro 2015.