16 Dezembro, 2016
Dívida do Estado por região: números atingem 553.274 horas

Enquanto Ministério da Saúde e Governo se preocupam em encontrar soluções para outros grupos profissionais e para pagarem aos fornecedores mantêm um silêncio ensurdecedor relativamente à dívida aos enfermeiros e ao que isso representa.

A atualização dos dados aumenta para 553.274 as horas em dívida.

As sistemáticas denúncias de exaustão dos enfermeiros devido à sobrecarga de trabalho não podem agora ser desmentidas. O SEP fez o levantamento por instituição das horas em dívida que agora torna público.

Faltam ainda algumas instituições, em algumas delas por dificuldade de acesso às escalas ou por não conterem os saldos finais ou ainda por intransigência das administrações em fornecer esses dados, mas fica claro que são os enfermeiros que têm sustentado o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde:

  • Unidade Local de Saúde do Alto Minho – 28.111
  • Hospital de Barcelos (a recolher)
  • Hopsital de Guimarães – 31 276
  • Centro Hospitalar do Médio Ave – 10 200
  • PPP de Braga – 20 000
  • Centro Hospitalar de São João – 40 544
  • Centro Hospitalar do Porto – 15 000 (em atualização)
  • Centro Hospitalar Tâmega e Sousa – 20 000
  • Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia – 30 000
  • Centro Hospitalar Varzim/Vila do Conde – 11 449
  • Unidade Local de Saúde de Matosinhos – 19 153
  • IPO do Porto – 2000
  • Hospital Magalhães Lemos – 2100
  • Unidade Local de Saúde do Nordeste Transmontano (em atualização)
  • Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro – 20 000 (em atualização)
  • Centro Hospitalar Viseu/Tondela – 28 039
  • Unidade Local de saúde da Guarda – 17 562
  • Centro Hospitalar do Baixo Vouga – 30 000
  • Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (a recolher)
  • IPO Coimbra – 2 885
  • Hospital da Figueira da Foz – 11 416
  • Centro Hospitalar Cova da Beira – 8925
  • Unidade Local de Saúde de Castelo Branco – 9 956
  • Centro Hospitalar Leiria/Pombal (a recolher)
  • Hospital de Santarém – 6000
  • Centro Hospitalar do Médio Tejo (a recolher)
  • Centro Hospitalar Lisboa Norte (a recolher)
  • Centro Hospitalar Lisboa Central – 7 700 (em atualização)
  • Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (a recolher)
  • IPO Lisboa (a recolher)
  • Hospital Amadora-Sintra (a recolher)
  • Hospital Garcia de Orta (a recolher)
  • Centro Hospitalar de Setúbal – 15 234 de 7 serviços (em atualização)
  • Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano  (a recolher)
  • Hospital de Évora  (a recolher)
  • Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo – 25 376
  • Centro Hospitalar do Algarve – 112 000 (relativo ao Hospital de Faro; Hospital de Portimão e de Lagos ainda em fase de recolha)

 

Instituições SPA

  • Hospital de Ovar  (a recolher)
  • Hospital de Cantanhede – 1 500
  • Centro de Medicina Física e Reabilitação Rovisco Pais – 4 242
  • Centro Hospitalar do Oeste – 14 200 (no Hospital das Caldas da Rainha; Hospital de Torres Vedras ainda a recolher)
  • Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa  (a recolher)
  • Instituto Oftalmológico Gama Pinto  (a recolher)

 

553, 274 horas correspondem a 5.532,740 euros em dívida por trabalho já efetuado e a 3.952 enfermeiros que deveriam estar, diariamente, em funções permanentes nos serviços.

O SEP já apresentou uma exigência de negociação de um plano de admissões definitivas de enfermeiros à razão de 4000/ano junto do Ministério da Saúde e dos Grupos Parlamentares.

 

Retenção de enfermeiros

Estes números comprovam a urgência deste plano para além da negociação de outras matérias.

Um dos constrangimentos identificados pelas administrações é a dificuldade de reter os enfermeiros determinando uma enorme rotatividade que coloca em causa a estabilidade das equipas e os períodos de integração dos jovens enfermeiros. Este problema decorre, entre outros aspetos, da inexistência de diferenciação salarial por congelamento das progressões.

Trabalhar nos aspetos que permitam reter os enfermeiros nas instituições é, também, urgente!