19 Dezembro, 2017
Falta de enfermeiros põe em causa os cuidados prestados no Centro Hospitalar Tondela Viseu
A carência de enfermeiros tem sido minimizada com a diminuição do número de enfermeiros por turno e realização de turnos para além do Plano Normal de Trabalho. Por garantir o pagamento dessas horas de acordo com a Circular Normativa nº13/2017 da ACSS.

 

A carência de enfermeiros no Centro Hospitalar Tondela Viseu tem vindo a agravar-se de dia para dia. A inexistência de contratações nos últimos meses – nem mesmo para substituição das ausências de longa duração, como, por exemplo, as licenças de maternidade – é uma realidade.

Tal situação tem tendência a agravar-se pois prevê-se que no início de janeiro vários enfermeiros com Contrato por Tempo Indeterminado (CTI) venham a sair para tomar posse nos Cuidados de Saúde Primários (estima-se que três dezenas).

A carência é de tal ordem que em alguns serviços o número de enfermeiros por turno tem vindo a ser reduzido, pondo em causa a qualidade dos cuidados de enfermagem, e noutros serviços têm sido atribuídos turnos aos enfermeiros para além do Plano Normal de Trabalho, existindo já alguns colegas com mais de 200 horas acumuladas, sem que haja conhecimento de como serão pagas estas horas.

Alertamos ainda para a aproximação de um período de maior afluência da população aos serviços de saúde em que a experiência mostra que o caminho passa por reforçar equipas com mais elementos – e não sobrecarregar as equipas com horas acumuladas e consequente exaustão dos profissionais.

 

Recrutamento

De referir ainda que a seleção para o recrutamento de enfermeiros não está concluída. Isto significa que, mesmo que haja autorização para a contratação de enfermeiros por parte da tutela, o Conselho de Administração encontra-se limitado pois o processo de seleção para a bolsa de recrutamento não está ainda finalizado.

 

Pressão sobre colegas em período de amamentação

Têm chegado ao sindicato várias denúncias de pressão sobre diversas colegas que se encontram a exercer o seu direito ao aleitamento materno no sentido de estas prescindirem deste período ou de aceitarem horários desadequados às necessidades das suas crianças.

Consideramos tal situação inadmissível.

 

Rutura de stocks

Por último, tem existido rutura de stocks de alguns consumíveis clínicos, o que tem dificultado o trabalho dos profissionais e, em última instancia, ficam também condicionados alguns dos cuidados aos doentes.

Procurámos, por diversas vezes, agendar uma reunião com o Conselho de Administração do CHTV no sentido de perceber que medidas estariam a ser tomadas para solucionar estes e outros problemas. No entanto, este mostrou-se sempre indisponível para reunir.

Lamentamos tal atitude porque consideramos que as relações institucionais são fundamentais para a resolução de problemas. Quando não resolvidos, os problemas refletem-se negativamente nas dinâmicas dos cuidados que se prestam aos utentes.

Desta forma não restou outra alternativa a este sindicato. Foi apresentada uma denúncia pública da situação atual do CHTV para que a população e demais entidades possam ter conhecimento.

 

Reportagem do Porto Canal | emissão 20.12.2017

 

Nota envida à comunicação social a 19 de dezembro de 2017.